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9 mar 2008 - 10h43

Futebol é bola na rede!

Segue abaixo o diálogo da negociação dos jogadores do Clube Atlético Paranaense. O trampolim do futebol brasileiro. Aqui, jogador não é valorizado. Ele tem que ganhar a base salarial do clube, seja ele o craque que vale milhões ou o perneta que não consegue fazer um passe para o lado.

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Negociação do Ferreira.

A: Administração do Clube Atlético Paranaense, boa tarde.
E: Oi, eu queria conversar com o responsável por transações de jogadores.
A: Quem está falando.
E: Sou o Cicrano, dono de um clube dos Emirados Árabes. Estou procurando um craque que joga no time principal. Com quem eu posso conversar sobre este assunto.
A: Você pode falar com o MCP. Ele poderá ajudá-lo. Aguarde, vou transferir sua ligação para o Balcão de Negócios.
P: Balcão de Negócios, bom dia.
E: Olá, quem está falando.
P: É o MCP.
E: Bom dia MCP. Pois bem, vamos direto a assunto.
E: Estou interessado em um jogador do seu time. Ele é rápido, valente, driblador e ultimamente tem feito muitos gols. Aquele que a torcida grita, “ERA ERA o Ferrera e da caveira”.
P: Obviamente está falando do Ferreira, excelente jogador, quanto você quer pagar por ele?
E: Nós gostaríamos de comprá-lo por uma pilha de dinheiro.
P: Ah, uma pilha de dinheiro, agora você falou a minha língua. Mas temos um problema, eu até venderia, mas se eu fizer isso agora à torcida do clube me mata. Vamos fazer o seguinte. O emprestamos a vocês por três meses e depois vocês exercem o direito de compra, fácil e rápido, o que vocês acham? E nesse período nós aproveitamos para lançar outro jogador, um que está louco para mostrar serviço, seu nome é Willian. Ele é bom, mas é um garoto e precisa se firmar no time principal. Acredito que consigamos fazer isso nesses três meses. E se der certo, vocês podem comprá-lo também, afinal, dinheiro é o que importa. O clube aqui não precisa de títulos, afinal, vendemos muitos jogadores para o mundo todo somos um grande revelador de talentos e podemos fazer muitos jogadores para vocês comprarem. Sendo assim, oferecemos o empréstimo do Ferreira com opção de compra, e ainda uma parceria que pode render muito dinheiro e bons jogadores a vocês.
E: Excelente senhor MCP. Achei uma ótima proposta e me sinto na obrigação de aceitá-la.
P: Então fechamos. Na próxima semana eu levo o jogador até vocês.
E: Obrigado MCP. Abraço.
P: Abraço, vocês vão adorar o Ferreira, ele é um craque.

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Claiton em sua conversa com MCP após receber uma proposta excelente.

C: Oi presidente, como está o senhor, aqui é o Claiton.
P: Tudo bem capitão.
C: Tudo, eu estou ligando para dizer que eu recebi uma proposta milionária, eu gostaria de ficar, a torcida é fantástica, me sinto bem aqui, estou tendo sucesso, mas eu tenho que ter discernimento que uma proposta dessas é importante para mim e para minha família, e a menos que o clube me faça uma boa proposta eu não tenho como recusar.
P: E qual é a quantia, 100.000?
C: Não foi uma proposta de 2.5mi por duas temporadas presidente.
P: Puxa mais isso dá mais que o dobro do salário do Michel. Infelizmente este valor é absurdo Claiton. Desculpe-nos, mas o clube não pode abrir os cofres para um salário tão alto. Nossas metas financeiras não vão ser alcançadas e nosso gasto com o marketing anda meio alto, sabe como é. E ainda, temos o Alan Bahia, voltando à velha forma, ele está precisando de oportunidade de ser titular para podermos negociá-lo, acho que ele pode desempenhar o seu papel.
C: Mas diretor, se você me fizer uma proposta, sei que é muito dinheiro, mas dependendo, eu fico. Claro que eu não posso trocar o valor oferecido por qualquer valor, é algo sem nexo. Vamos negociar, quanto pode me oferecer?
P: O Salário do “Jão” Leonardo e do Michel juntos, cerca de 100.000 R$. Se passar disso, os outros jogadores vão chorar e vão bater o pezinho querendo ganhar mais também e não podemos criar atritos aqui dentro.
C: Não dá presidente, se fosse 180.000 eu podia pensar. Isso aí, infelizmente não vai dar. Desculpe-Me. Vou fechar o negócio lá então. Abraço.
P: Abraço Claiton.

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Jancarlos, após o seu sumiço, conversa com o presidente do clube.

J: Olá presidente, desculpa os últimos acontecimentos.
P: Não posso desculpá-lo, você agiu como um garoto. Onde já se viu, desaparecer do clube desta maneira.
J: Só estou procurando meus direitos. O Corinthians está interessado no meu futebol e vocês nem vieram falar comigo. Fiquei chateado, afinal, estou jogando direitinho, fazendo muitas assistências. Eu sou o campeão de assistências no campeonato paranaense, graças a melhora que tive em meus cruzamentos. Treinei muito isso, constantemente, e os clubes de fora perceberam essa qualidade, coisa que aqui dentro acho que não perceberam.
P: Não interessa. Você assumiu um compromisso contratual com o clube, assinou um contrato com uma clausula de renovação por mais dois anos e nós só a exercemos.
J: Eu já me informei com meus advogados e sei que este tipo de renovação unilateral é contra as leis trabalhistas, e além do mais nosso compromisso é que conversaríamos antes de renovar.
P: Não é isso que diz no contrato, e nós vamos buscar nossos direitos.
J: Poxa presidente, eu não quero brigar, só gostaria de receber um aumento, pelo menos os 100.000 reais que o Corinthians e o time do Santos estão me oferecendo.
P: Nós não vamos pagar isso a você, este é o salário que pagamos ao Rodrigão e olha que ele é atacante.
J: Então não existe negociação, mesmo?
P: Não. O Nei pode substituí-lo, afinal, foi convocado para a seleção recentemente.
J: Você que sabe presidente, espero que isso não se prolongue por muito tempo. Vou procurar outro clube e os meus direitos. Fique com deus e com o seu dinheiro
P: Adeus.

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Os casos acima são mera ficção, os personagens e fatos descritos foram criados pelo autor do texto e existem somente em sua imaginação. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Espero apenas que a diretoria enxergue que, Willian não é Ferreira, é apenas um bom jogador, e que ainda precisa firmar sua titularidade. Observe também que Alan Bahia é um bravo jogador, mas tem diversos lapsos em que erra passes e para no campo para assistir o jogo. E o mais importante, enxergue que Nei, o lateral direita da seleção, é um jogador sem nenhuma força física, cai e perder todos os lances, mesmo aqueles que se tentasse a vantagem, poderíamos ter uma boa jogada. Sem falar que seus cruzamentos são tão ruins quanto os que o Michel faz na marcação ele tem cometido muitas falhas, bastando observar os gols que levamos nos últimos jogos.
Saíram jogadores de nível, bom e ótimo e entraram jogadores que além de não terem o perfil dos que saíram, não tem a mesma qualidade.

Tomara que a diretoria descubra ainda que, o melhor marketing para um time de futebol, é bola na rede, a melhor exposição, é bola na rede, a melhor fonte de receita é bola na rede. Bola na rede é o time sendo exibido mundo a fora, nos gols da rodada de todos os jornais. Bola na rede é o time vencendo alegrando a torcida e fazendo o torcedor consumir, ir aos jogos e dizer que paga 30 reais de boca cheia. “Eu pago trintão mas vale a pena, meu time é bom.”, Bola na rede, é necessário para vencer, e vencendo se tem exposição da marca. Bola na rede faz o time subir pelas tabelas, faz os time vencer as partidas, faz os outros se interessarem, desperta a curiosidade. “Puxa, quem é este time que está invicto, é o Atlético Paranaense. Não perdeu uma e vem jogando um bolão.”.

Bola na rede atrai os compradores do exterior, quem podem pagar 5 milhões pelo Ferreira, mas o título os faria pagar 15mi. E o Claiton, poderia fazer o time inteiro valer muito, pois quando ele estava aí, Netinho participava de todos os lances, chamava o jogo, dançava com a torcida e parecia outro Claiton. Ontem, parecia estar com medo de fazer aquilo. Afinal, não teve bola na rede, não teve capitão, não teve ferreirinha, não teve jogada bonita, não teve torcida gritando nome, não teve alma vencedora, não teve coragem, não teve brio, não teve nada.

E o marketing, morreu. Foram-se os dólares. Foram-se os americanos, Foram-se os sorrisos, Foram-se os olheiros, Foram-se as boas notícias. Foram-se a metade dos futuros sócios. E junto com estas coisas, o brilho de um time que encantou pelo pouco tempo que durou. É triste ter que concordar, mas nossa diretoria, a qual se tornou uma falácia, retrocedeu, e esqueceu que não somos mais tão pequenos como em nos anos 90. Esqueceu-se que para ser grande, tem que agir como tal. E brigar com os times de fora, para manter os nossos jogadores, e aprender a vendê-los na hora certa. Isso é o básico para se definir quando uma diretoria é competente ou e quando não é.

O clube cresceu, a torcida cresceu e a cobrança cresceu da mesma forma. Já a diretoria, continua tendo um desejo de transformar o CAP em um clube grande, mas parou no tempo, continuando com o mesmo desejo, esquecendo-se que já somos grandes a um bom tempo.

Eu amo o meu time, eu amo o meu atlético e vou lutar para que esta situação mude, ainda sou jovem para dirigi-lo e pode ser até petulante dizer isso. Mas meu voto tem valor, e será contra toda esta baboseira de política que não olha o futebol como o que ele realmente é. Afinal, futebol, desde sua criação, é bola na rede!



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