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9 abr 2008 - 22h19

Tá virando zona

Lá na zona, segunda à noite…
‘-Entra, pessoal! Sobe logo que a casa tá quase vazia.’ – orientou o porteiro.
‘-Mas por que, seu Gineco? Logo hoje que é 2ª? Cadê a muierada?’ – disse dr. Malu, acompanhado de seu fiel escudeiro Jômen.
‘-Pois óia que lotaram duas vans e se mandaram pruma festinha particular num hotel aí da cidade, sabe como? Foram tipo ‘pacotão’.’
‘-Porra, então vambora Malu, dá nada hoje nessa droga de novo!’
‘-Que é isso, Jômen! Vamo subir pra dar uma olhada, já que tâmo aqui…’
‘-Fazê o quê, né?’ – o amigo desligou o celular e subiu logo atrás do dotôr.

Lá dentro, uma escuridão: só o palco estava aceso. Sentaram numa mesinha no alto, quase atrás de um queijo. Mais ninguém . Pediram pipoca e vinho, vinho na taça (mas que bom gosto! – digo eu, o interlocutor). Papo cabeça.

Lá fora…
‘-AHÊÊÊ, Furacãããooo!’ – chegando uma turma da Getúlio inferior: Juce, Emílcar, Jãozé e Elicar: todo mundo torto de alegre, nem pararam para falar com o porteiro, subiram direto ao paraíso.

‘-Êta, vida! Agora sim me sinto em casa!’ – Juce, com orgulho.
‘-Pois essa é a minha segunda casa!’ – Emílcar, com paixão.
‘-Eu já acho que aqui é minha escola e não pretendo me formar tão cedo!’ – Jãozé, com amor.
‘-Então aqui eu já tenho até doutorado, cacete!’ – Elicar, com felicidade.

Riram. Sentaram na mesa principal, beira-pista. Cerveja e amendoim. Papo de zona mesmo.

De repente, ‘a voz’ que veio do interfone (D.J.):

‘-Sras. e sres., dentro de 10 minutos…SHOW! Com vocês, a mais nova garota strip da casa, recém chegada em Curitiba (estava em tratamento num hospital de Belô)…a ninfeta com fogo na chuleta: Hebe Surfistinhaaa!’

‘-Pô, o que será que vem aí?: Com esse nome, deve ser um baguio.’
‘-Nada, Malu! Deixa a mulher trabaiá…’

‘-Hebe, Hebe, Hebe!’ – gritava em coro e aplausos a turma dos quatro.

Quarenta e cinco minutos depois, volta ‘a voz’:

‘Sras. e sres., dentro de 5 minutos, com vocês, a mais nova sensação das praias de Matinhos: Hebe Surfistinha!’

Mais palmas e urros, de um lado (otimistas). Do outro, só lamento (pessimistas).

Correu o relógio e enfim, ‘a voz’ de novo:

‘-E agora, respeitável público…chegou o momento mais esperado da noite! Ela, vinda das alterosas, de onde saiu em busca do mar para mostrar seu talento…ela, meiga, charmosa e alucinante…lisa como manteiga, doída de tanto gostosa e criminosa de tão iniciante, com vocês: Hebe Surfistinhaaaaaa!’.

‘-AHÊÊÊ!’ – aplaudida de pé sua entrada triunfal pelo grupo dos 4.
‘-Putz, olha só! Bem que eu disse! Eu já sabia.’ – comentou rasteiro o dr. Malu.
‘-Parabéns, você é demais.’ – respondeu Jômen.

A música era do Flashdance (What a Feeling). Meio peituda a guria: silicone novo, nem balançava de dor. Loira tipo Wellaton, fogão 6 bocas, já com algumas estrias. Tinha 18. Dezoito anos de vida difícil (começou com 17).

Os quatro já dançando em volta da pista. Ela, dublou a primeira. Na segunda (What a Wonderful World), tratou-os como soldados de guerra e foi lentamente ficando nua em pelo. A galera já deitada na pista, jurando amores, dando cerveja na boquinha da caçapa. A Hebe até tava gostando.

Aí os dois do fundão começaram a vaiar, tipo corneteiros:
‘-Sai fora, dragão! Não tem muié boa nesse troço, então fecha!’ – esbravejou o tresloucado dr.
‘-É isso mesmo! Vou na sua esteira (tipo Tapir Gomes) Malu! Tamos pagando pra ver mulher de verdade! E essa aí não vale nem deizão!’

Cruéis estes dois: nem pensaram na coitada da Hebe como ser humano. Ela, que só não foi embora com as outras porque tava cagando quando elas saíram: voltou a diarréia…pensara na doença voltando. Mas eles nem aí pro quadro. Queriam só moldura.

‘-Calabôca, infeliz! – respondeu Juce. Vai pra casa cuidá da tua muié! Não pagou nada e já tá arrotando!’
‘-Calaboca uma ova. Isso aqui é um espaço democrático e tenho direito de dizer que essa mulher é um bagaço!’ – eia, dotôr.
‘-Bagaço é o que você tem dentro do teu saco, animal! Se não tá feliz, cai fora!’ – atacou Emílcar.
‘-Pois vou embora mesmo! Vou-me embora pro União Ahú, lá tenho o time que quero, no estádio que escolherei. Isso aqui é só complemento! Essa zona é uma falácia!’
‘-Complemento? Ah-ah-ah! Você é quem não tem complemento, porque nem sabe o nome correto de tua profissão, se dizendo ‘dentista’: quem não é Cirurgião-Dentista só pode ser ‘dentistão-prático’ ou ‘cirurgista-dentão’, a não ser que você tenha se formado numa FAQUEOSPA da vida.’ – dá-lhe dá-lhe ô, Jãozé.

Parou a música. Hebe subiu correndo sem as roupas do chão. Juntou o garçom, o porteiro e ‘a voz’ (D.J. da zona): esse mostrou logo um berro e acalmou os ânimos.

Os dois saíram fora. Os quatro ficaram bebendo até o amanhecer. Hebe amou cada um deles, de meia em meia hora. Nunca tomou tanto banho numa só noite de trabalho. Ficou na história deles quatro: a ‘noite da sopa’.

Moral da história Rubro-Negra:
brigar pra quê? Pra que brigar? Não faz sentido algum. Não leva a nada. Em se tratando de democracia, há aqueles que reconhecem as minorias (os dois). Há os que não. Também há os substancialistas. E os procedimentalistas. Tem de tudo na sociedade, mas ela é principalmente pluralista. E geralmente as pessoas são do mesmo jeito em todos os cantos da vida social (na Arena, na zona, no trabalho). O que importa é a maneira pela qual as coisas são ditas: senão, vira estado de natureza de novo.

Recado ao dr. Malu:
‘-Não fomos nós que jogamos excremento no ventilador: agora, GÜENTA!’



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