30 abr 2008 - 0h37

O passado como inspiração

“Não há derrotas que derrubem um vencedor”. A frase usada pelo lateral-direita Nei serve como uma espécie de lema para todos os atleticanos neste momento em que vive o Atlético. Precisando reverter a vantagem de dois gols do Coritiba na decisão do Campeonato Paranaense, a nação atleticana está unida numa grande mobilização, que pretende reunir toda a força necessária para fazer o Furacão conquistar mais um título estadual.

Como fator motivacional para jogadores, comissão técnica e torcedores, coincidência ou não, todas as grandes campanhas e conquistas do time sempre a palavra "crise" como companhia. Mas a força do time e da torcida jogando juntos transformou o Atlético em um gigante, capaz de superar um a um cada adversário. Desta vez não pode ser diferente. Mais uma vez chegou a hora de nos levantarmos e nos unirmos em torno de um ideal: a conquista do título de Campeão Paranaense 2008.

O passado recente já deu provas do quanto a torcida é importante para o time, já mostrou que junto, ao lado da torcida, o Atlético se torna quase imbatível. Com a nossa lição de amor, raça, fé, superação revertemos placares adversos, demos a volta por cima e vencemos.

Vale a pena relembrar recentes lições de superação e fazer delas um combustível nesta final de Campeonato Paranaense. Os exemplos recentes são as provas de que o placar adverso de 2 a 0 no primeiro Atletiba da final pode sim ser superado, desde que para isso toda a nação atleticana sonhe, lute, queria e realize. Todas as vezes em que todos que formam o Atlético (dirigentes, comissão técnica, atletas e torcedores) deram o seu melhor, o Atlético chegou a lugares que muitos duvidavam. O passado recente já nos provou: "nenhuma conquista é impossível para um Atlético unido!". E é essa união que agora fará novamente a diferença para o Atlético na luta pelo título de Campeão Paranaense 2008. Para isso, o Atlético precisa da torcida, do time, da comissão técnica, da diretoria…. todos unidos e sintonizados no mesmo caminho: vencer!

2001: depois da crise, série invicta e título de campeão

Cinco jogos sem vencer, com derrotas para São Paulo, Vasco, Palmeiras e Fluminense (e um empate contra o Santos, na Baixada). Pior: primeira derrota na história do Brasileiro para o Fluminense, justamente na Arena. O desempenho do Atlético no Brasileiro 2001 causava dúvidas no torcedor e o resultado era óbvio: mudança de treinador, saindo Mário Sérgio para a chagada de Geninho. Para piorar a situação, quando deixou o Atlético, o então técnico Mário Sérgio Pontes de Paiva acendeu a pólvora e o estopim para a crise: "ou o Atlético acaba com a noite, ou a noite acaba com o Atlético". Foi o suficiente para fazer parte da torcida se voltar contra o time. Mas nada que a chegada de Geninho e o reencontro com as vitórias (foram 12 jogos invicto) não fizessem selar o acordo de paz. Resultado: time fortalecido em campo, culminando com a conquista da estrela dourada em 23 de dezembro, na memorável partida contra o São Caetano, no Anacleto Campanella.

2004: mágoas, críticas, protestos deixados de lado

Em sua segunda melhor participação na história do Campeonato Brasileiro, mais uma vez o Atlético precisou reverter uma crise interna para se unir em torno da brilhante campanha. Após a perda em casa do título Paranaense para o Coritiba, somado ao anúncio de aumento no preço dos ingressos, parte da torcida se revoltou – a torcida organizada chegou inclusive a não entrar no estádio no jogo contra o Figueirense, na segunda rodada. Apenas na quarta rodada, com a estréia do técnico Levir Culpi, que o Furacão começou a esboçar uma reação. Na reta final do primeiro turno o Atlético reencontrou o caminho da vitória e ficou 18 jogos invicto, numa espetacular arrancada rumo ao topo da tabela, terminando o Brasileirão na segunda colocação e disputando até a última rodada o título da competição contra o Santos.

Na Libertadores 2005, Furacão fez história [foto: arquivo]

2005: Libertadores e a lição de que com a união o Atlético vai longe

"Nenhuma conquista é impossível para um Atlético unido". A frase, tema de campanha da Furacao.com em 2005, é uma espécie de símbolo da lição que a união entre time e torcida podem levar o Rubro-negro a grandes vitórias. Inclusive chegar aonde nunca se imaginou, numa final de Copa Libertadores da América. O pontapé inicial foi dado num acordo de paz, após muitos protestos da torcida devido aos maus resultados obtidos em campo – o time era o último colocado no Brasileiro e havia sido goleado em casa na última rodada da primeira fase da Libertadores. Mas a liberação por parte da diretoria da bateria da torcida organizada colaborou para novamente incendiar o Caldeirão, somando a isso a chegada do técnico Antonio Lopes. Com essa fórmula, o Atlético foi brilhante na Libertadores e pela primeira vez em sua história chegou à final de uma competição internacional provando que nada é impossível quando o amor e a raça atleticana caminham lado a lado.

2005: Último título Paranaense com grande lição de superação

O último título estadual conquistado pelo Atlético também teve doses de superação. Após fazer (ao lado do Coritiba) a melhor campanha do campeonato, no primeiro jogo da final o Rubro-negro perdeu por 1 a 0, resultado que causou a demissão de Casemiro Mior para a chegada de Edinho. O placar poderia ser superado no jogo de volta, na Arena da Baixada, mas junto com ele veio um tabu histórico: há 60 anos, desde 1945, a equipe que vencia o primeiro jogo da decisão ficava com a taça. O gol da vitória saiu aos 19 minutos do segundo tempo: Lima recebeu o cruzamento no lado esquerdo da área e ajeitou de cabeça para Denis Marques, que teve calma para limpar do marcador e chutar forte, vencendo o goleiro Fernando. Com o resultado, a decisão foi para a prorrogação e, depois, para os pênaltis. Dezessete anos depois, uma decisão de Campeonato Paranaense entre Atlético e Coritiba seria nos pênaltis. Na primeira cobrança, Capixaba chutou longe da meta do goleiro Diego. Já o atleticano Alan Bahia bateu no canto de Fernando, colocando o Atlético em vantagem. Na seqüência, Rafinha e Negreiros, do Coritiba, e Fabrício e Maciel, do Atlético, convertem suas chances, deixando o placar em 3 a 2 para o Rubro-Negro. O quarto cobrador do Coxa era Reginaldo Nascimento, que chutou a bola na trave do goleiro Diego. Foi a senha necessária para a torcida atleticana fazer a festa na Baixada. Enquanto Lima se dirigia para a oitava cobrança da série, o estádio inteiro ovacionava seu nome. O ex-coxa e novo ídolo da torcida atleticana não tremeu e fez a Baixada tremer de alegria. Ele chutou forte, no canto do goleiro Fernando. A bola passou por debaixo dos braços do camisa 1 do Coritiba. Era o gol do título, o gol que fez o Atlético chegar no topo do futebol do Estado.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…