A marcha de uma atleticana em Pequim
Dos mais de 200 atletas que defenderão o Brasil nos Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto, a torcida atleticana deverá ter uma atenção especial a uma participante: a marchadora Tânia Spindler, que fará sua estréia em Olimpíadas.
Paranaense de Palotina e formada em Educação Física, a atleta começou a torcer para o Atlético desde que se mudou para Curitiba, em 1998, e passou a acompanhar aos jogos por influência do marido e técnico, o professor Irineu de Olveira, e do cunhado. Além de não ter discussões familiares, não temos discussões sobre time, somente sobre as partidas de futebol e jogadores, brinca Tânia.
A atleta conta que este ano ainda não teve a oportunidade de assistir aos jogos do Atlético na Arena, mas acompanha sempre as notícias e resultados da equipe. Não pude ir devido às viagens e treinamentos, mas acompanhei a campanha no Campeonato Paranaense e infelizmente a trágica final, apesar da vitória no segundo jogo. Mas com certeza irei ver alguns jogos do Campeonato Brasileiro na Arena, promete.
Olimpíadas
A participação em Pequim será um novo ânimo para a atleticana, que em 2006 quase abandonou o atletismo. Desanimada com a ausência de retorno financeiro do esporte, a atleta ficou 46 dias parada até receber a ajuda do primo Baré, atacante do Gamba Osaka, do Japão. Em entrevista ao site UOL Esportes, Tânia contou que Baré ajudou-a tanto na parte financeira quando no apoio psicológico. "Quando disse a ele que não disputaria o mundial de atletismo ele não aceitou. Perguntou o que eu precisava para voltar a treinar e eu disse que precisava de tênis. Como ele é patrocinado por uma marca, me deu logo dois. Agora, eu só uso tênis importado", comemora a atleta, contando que ela e o primo iniciaram no esporte na mesma época.
Foi assim que Tânia competiu na Itália há um ano atrás, visando a disputa dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, e conseguiu a quarta colocação na marcha, a melhor do país, com o tempo de 1h42min15. Meses depois, competiu no Mundial, e ficou em 30º lugar. Este ano, Tânia venceu a Copa Brasil de marcha, em Curitiba, e foi a melhor brasileira no Sul-Americano da modalidade, com o oitavo lugar em Cuenca, no Equador. Atualmente líder do ranking brasileiro de marcha, Tânia bateu duas vezes o recorde brasileiro da marcha atlética e conseguiu o índice para participar das Olimpíadas. No último domingo, a atleta participou da Copa do Mundo de Atletismo, realizada em Cheboksary, na Rússia, e quebrou novamente o recorde brasileiro, superando-o em sete segundos o índice olímpico A (1h33min30).