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A informação ainda não é oficial, mas diversos setores da imprensa especulam uma possível lista de dispensas de atletas do Atlético. Num primeiro momento, a informação não chega a causar surpresa ao torcedor, visto que desde que chegou ao clube o técnico Roberto Fernandes afirmou que pretendia enxugar o elenco – hoje, apenas no grupo principal, ele tem a disposição 38 jogadores. No entanto, ao se analisar a possível lista de atletas dispensados, alguns nomes chegam a surpreender. Segundo informações divulgadas pelas emissoras de rádio desde o início da semana, a lista dos atletas que treinam em separado e devem ser dispensados ou negociados com outras equipes é composta pelo atacante Marcelo Ramos; os volantes Léo Medeiros, Fahel, Roberto e Zé Antônio; o meia Irênio; e os laterais-esquerdas Michel e Piauí.

Oficialmente, o Atlético ainda não se pronunciou sobre o fato. No entanto, o técnico Roberto Fernandes comentou o assunto na entrevista coletiva desta terça-feira. “O canal oficial de informações do clube é o site oficial. Não sou adepto de jogador treinar em separado, mas não coube nem argumentação da minha parte, a decisão já veio tomada", disse. Apesar de o treinador não mencionar, a decisão teria partido diretamente da presidência do clube, uma vez que nem mesmo o diretor de futebol Alberto Maculan está autorizado a comentar o assunto.

O treinador chegou a comentar sobre um possível afastamento de Marcelo Ramos. “Não vou questionar a qualidade dele (Marcelo Ramos). Mas a tolerância do torcedor em relação a ele é uma questão a ser considerada. Acho que a decisão foi tomada muito em função disso aí", revelou o técnico.

Lista traz algumas surpresas

A possível lista de dispensas atleticana é composta por alguns nomes que chegam a surpreender o torcedor. A principal delas é o volante Fahel, que foi bastante criticado pela expulsão no jogo contra o Grêmio, mas entrou na partida contra o Santos e teve uma atuação destacada. O próprio técnico Roberto Fernandes chegou a “perdoar” publicamente o erro do atleta no estádio Olímpico. “O Fahel cometeu uma besteira no jogo do Grêmio, prejudicou a nossa equipe, mas se fôssemos punir todo mundo que comete besteira todo mundo já teria largado sua profissão”, disse na entrevista coletiva de sexta-feira. Marcelo Ramos e Irênio, que também eram utilizados no time titular com freqüência, também são surpresas nessa lista.

Outro nome que causa espanto é o do volante Zé Antonio. O jogador teve poucas oportunidades no clube (atuou em apenas quatro jogos, sendo apenas um como titular), mas em todas as vezes em que jogou mostrou qualidades em campo.

Confira o desempenho dos possíveis atletas dispensados pelo Atlético em suas trajetórias no clube:

Marcelo Ramos: O veterano atacante de 35 anos chegou ao Atlético no ano passado, como promessa de ser o homem-gol do time. No entanto, o aproveitamento no Furacão nunca foi o ideal. Ao todo, foram 17 gols marcados em 41 jogos (média de 0,41 gol por jogo, muito baixa para um centroavante). Nos últimos jogos, a ausência de gols do atacante veio acompanhada por uma intensa crítica das arquibancadas – Marcelo Ramos foi constantemente vaiado pelos torcedores ao sair de campo, numa clara demonstração de que o torcedor não estava nada satisfeito com o seu rendimento no time.

Fahel: Muita polêmica gerou coma vinda de Fahel para o Atlético. O jogador acertou com o clube em abril deste ano, vindo do Beira Mar, de Portugal. Uma liminar da Justiça do Trabalho permitiu a inscrição do jogador no Campeonato Brasileiro antes de abrir o período de transações internacionais no futebol brasileiro. Fahel estreou no jogo contra o Ipatinga, entrando no segundo tempo. Depois disso, cogitou-se a hipótese de o Atlético perder pontos por atuar com o atleta, caso que foi descartado pelo STJD. Depois da polêmica, Fahel se tornou o reserva imediato de Valencia e Alan Bahia, sendo utilizado em três partidas do Brasileirão.

Léo Medeiros: O jogador chegou no Atlético por indicação do ex-técnico Ney Franco, que trabalhou com ele no Ipatinga.O jogador foi contratado pelo Atlético em março deste ano, vindo por empréstimo até dezembro do Flamengo. Atuou em sete partidas com a camisa atleticana, tendo marcado o primeiro gol do clube no Campeonato Brasileiro 2008. Na maioria das oportunidades que teve, atuou improvisado na lateral-esquerda, mas não agradou, principalmente por se mostrar muito lento em campo.

Roberto: Contratado pelo Atlético em 2005, vindo da parceria que o clube tinha com o Guarani, Roberto atuou na maior parte do tempo no time de Juniores do Furacão. O volante veio como uma grande promessa para o Departamento de Formação atleticano, com passagens na seleção brasileira nas categorias sub-15, sub-17 e sub-20. Estreou no profissional do Atlético em março de 2007, no jogo contra o Cianorte, no Campeonato Paranaense. No entanto, quando surgiu no profissional do Atlético, a fama do jogador não correspondeu em campo.

Zé Antonio: Outra indicação do técnico Ney Franco, o volante Zé Antônio chegou ao clube em março, vindo do BK Hacken, da Suécia. O ex-treinador atleticano conhecia o futebol do jogador quando ele atuou no futebol mineiro, de 2004 a 2007. Zé Antônio teve poucas oportunidades no Atlético (jogou apenas quatro partidas, sendo que em três entrou no decorrer do jogo). Quando foi cogitada a hipótese dele atuar improvisado na lateral-direita, devido à convocação de Nei para a Seleção olímpica, sofreu uma contusão na coxa que o impediu de jogar. Sob o comando de Roberto Fernandes, ele não teve nenhuma oportunidade no time titular.

Irênio: O meia Irênio chegou ao Atlético com a promessa de ser o grande articulador das jogadas do time. O atleta foi contratado no final do ano passado, vindo do Veracruz, do México. Apesar de sua contratação ser um antigo sonho da diretoria atleticana, a vinda do jogador pelo Atlético foi aprovada pelo então técnico Ney Franco, que já o conhecia do futebol mineiro. Irênio disputou 18 jogos com a camisa atleticana e em diversas oportunidades foi titular. No entanto, seu futebol nunca chegou a impressionar o torcedor.

Michel: Contratado pelo Atlético em 2006, vindo do Standard Liège, da Bélgica, a contratação de Michel até que empolgou o torcedor, que lembravam de suas atuações no Atlético-MG e na Seleção Brasileira. Mas no Atlético Michel atuou bem apenas no começo, quando em dois jogos consecutivos fez precisos cruzamentos para o ataque do Furacão. Depois, só voltou a surpreender no Brasileiro do ano passado, quando marcou um golaço, sob o coro de olé das arquibancadas, no jogo contra o Grêmio. No entanto, Michel nunca foi uma unanimidade entre a torcida, que por diversas vezes criticou as atuações do atleta. Atuações que não agradavam à torcida e os treinadores do clube, que por diversas vezes preferiram improvisar jogadores na lateral-esquerda a utilizar Michel.

Piauí: Piauí era reserva de Michel. Só por aí dá para entender que o rendimento dele em campo não era nada satisfatório – tanto, que não conseguiu superar sequer o contestado Michel. Ele chegou ao Atlético no ano passado, no penúltimo dia de inscrições para o Brasileirão 2007, vindo do Santa Cruz. Meses depois, teve que se submeter a uma cirurgia no joelho, o que o afastou do time por algumas semanas. No Paranaense deste ano, chegou a ter uma boa seqüência de jogos como titular, mas não foi bem.