Aprendi desde garoto com meu pai o que significa ser grande. Cheguei em casa com a medalha de campeão paranaense de handebol por Terra Roxa (cidade do interior o estado – oeste do PR – com 22000 habitantes), nos jogos escolares e disse a ele – “pai, eu sou um vencedor” – ele respondeu prontamente – “para mim falta muito para você ser um vencedor” – lembro que coloquei a medalha numa gaveta e só tirei um ano mais tarde, quando então, recebi o convite do POSITIVO para jogar em Curitiba e com bolsa para estudar.

Hoje entendo o que o meu pai quis dizer, e sei, que talvez não tenha sido a melhor forma de me educar, mas eu entendo perfeitamente o recado a cada passo maior que dou na vida profissional ou pessoal. Sei que me falta muito ainda para ser um vencedor, mas eu sei o caminho a seguir, meu pai me ensinou isso.

Ouço diariamente as pessoas reclamarem que chamam o nosso Atlético de time pequeno, ou time em ascensão, ou time que “começa a despontar no cenário nacional”. Eu não me zango quando um desavisado repórter do SP/RJ se refere a nós como pequenos. Ele não sabe o que diz.

Temos uma estrutura invejável com uma administração correta – isso é ser grande.

Sejamos como o GRANDE Vasco da Gama, por exemplo, um time onde somente agora – por decisão judicial – se livraram do ditador insuportável Eurico Miranda – lembro de ouvir com atenção algumas reportagens onde diziam que o Eurico votou contra ou a favor – eu sempre pensava – se ele votou contra é porque é bom para o campeonato e para o futebol.

Sejamos como o GRANDE Corinthians – bom todos sabem o que houve – MSI, Edílson Lalau – campeões brasileiros – decretos de prisão contra diretores, MSI não pode voltar ao Brasil – segundona. Inquéritos ainda acontecem e seus diretores ainda respondem pelas falcatruas.

Sejamos como o grande Flu-tapetão-minense que saiu “milagrosamente” de uma terceirona para a primeira divisão sem jogar um segundo sequer! Ou como o São Paulo que alicia, e tira jogadores de outros clubes.

Enfim, sejamos grandes como outros grandes do futebol. Nos espelhemos em clubes que constroem sua imagem sobre estrutura, administração e conquistas dentro de campo.

Num país onde tem político ladrão, policial bandido é normal que imprensa inverta valores. Temos que conviver com isso, e dentro do campo, fazer a nossa parte.

Lembrando do meu austero e sábio pai – sei que falta muito ainda para sermos vencedores, mas sabemos o caminho a seguir e estamos trilhando por ele.

Em tempo – Irênio jogou no Atlético? Léo Medeiros? Michel, Piauí? Já deu pra eles, foram tarde!