Mais um gringo?
Que nada. Em 75 minutos o tal de Julio dos Santos provou que não é só mais um.
Quando entrou em campo eu não sabia quem era aquele número 8. Alto, pernalonga, trotezinho lento. Veio pelo rádio a informação que era o paraguaio.
Eu sabia que havia sido uma maratona a inscrição dele no BID (Brasília, avião, sai do Brasil, volta…) e sabia também que ele ainda não agüentaria uma partida inteira. Quem havia o visto jogar falava maravilhas.
Era ver para crer. Vi e cri.
Começou o jogo e ele ficou meio apagadão. Perdido no meio vendo passar sobre sua cabeça as execráveis bicudas dos zagueiros para o ataque. Deve ter pensado o que é que eu to fazendo aqui?
Movimentou-se pouco. Visivelmente fora de ritmo. Pegou poucas vezes na bola, mas sempre com categoria.
Fisicamente e pela bola, parecia um meia que jogou no Santos (que era o adversário da noite) e chegou na Seleção. Giovanni. Esse cara teve até torcida uniformizada particular, a Testemunhas de Giovanni (sacanagem com Jeová).
No começo do segundo tempo jogou mais fixo na direita e fez ótimas jogadas.
Pinta de craque. Pisando na bola, Calcanhar, toque de primeira… serviço completo.
Julio dos Santos é esperança de vida inteligente no meio.