Planejamento
Há algumas semanas escrevi um texto neste espaço criticando MCP, mais precisamente seu trato com futebol.
Fui bastante questionado pelos radicais e incondicionais defensores desta diretoria.
Nossos gestores fizeram recentemente algumas ações que caíram de agrado à torcida, como a renovação de Ferreira, o acerto com Kelly e a contratação de mais um lateral esquerdo.
O que deve ser analisado não são estas ações, mas sim quando foram feitas e sua natureza.
Claramente fora do planejamento da diretoria em relação ao início do ano, as contratações, quase iminentes, foram novamente para se tentar evitar um incêndio novamente anunciado.
Reforços são sempre bem vindos, mas no meio do an ou pra se salvar finais de temporada, como temos visto, são sempre questionáveis. Não nos demos conta que estamos em julho e ainda não temos um grupo formado, sequer um onze titular. Novamente!
O pior é não saber se MCP se obrigou a contratar por ter convicção desta necessidade devido a falha de planejamento, ou pela mera necessidade de responder ao número de sócios almejados e atingidos pelo clube, pois a falta de participação da torcida era um dos pilares de seu discurso sobre a qualidade do elenco.
Nossa diretoria é a mais brilhante e competente do Brasil em tudo que cerca o futebol, menos no planejamento diretamente voltado à ele, ao campo.
A qualidade de nosso elenco não é fruto do planejamento deste ano. Todos sabemos que nosso futebol é feito com questionáveis ações repetidas há mais de uma década, como a interminável política de apostas, cujos poucos frutos, unicamente financeiros, foram imensamente menores do que o efeito inchaço de nosso elenco, um grande propulsor de nossos principais fracassos no futebol.
Piores ainda são os sonhos antigos da diretoria, que em fim de carreira, como Ramon e Joãozinho, pouco fizeram ou farão.
Nosso elenco precisa ser enxuto de fato. Porém, se as situações de afastamento de atletas especulada desde segunda-feira, ainda não confirmada, seja de fato real, refletirá ainda mais a falta latente de planejamento, e pior, passa para o campo do prejuízo financeiro.
Ramos, arrancado do nordeste a altas cifras, com 34 anos na época, não era nome de nenhuma roda atleticana.
Fahel, desconhecido, trazido na base de briga na justiça, mal estreou e agora está fora dos planos?
Talvez se exclua a culpa por nomes como Zé Antonio ou Léo, cujo mentor foi Franco.
Mesmo com o bonde de atletas que vieram, nossas carências são claras e conhecidas há tempos, e ainda sim, ainda somos reféns de certas situações.
Vejam vocês que a lateral direita mal pode se dar ao luxo de perder Ney, outrora contestado reserva do também contestado Jancarlos.
Dos Santos, sem jogar bem há muito tempo e Kelly, do qual mesmo retornando de longos tratamentos, sou fã incondicional, ainda são incógnitas.
Resumindo, ainda somos reféns de boas atuações de certos nomes como Ferreira e Netinho, e olha que este último nunca se firmou aqui como titular absoluto, nas varias oportunidades e idas e vindas que teve.
Tudo isto nos faz refletir sobre qualidade.
Não serei medíocre em citar soluções para as políticas administrativas de MCP, afinal, não sou administrador, porém, está claro que a falta de qualidade nos priva há anos de vôos mais altos.
Essa é minha bronca.
Quantos títulos ou classificações deixaremos escapar até alguém perceber que um elenco grande é muito diferente de um grande elenco.
Um time com inscrições no BID na casa das centenas, jamais poderia ter dificuldades para repor peças quando os supostos titulares estão ausentes. Nós temos.
Um clube tão moderno, que faz propaganda pra fora através de sua administração deve ter um mínimo de coerência com o objeto principal de sua existência: O futebol visando títulos, que pe a maior propaganda de um clube!
Parabéns a torcida Atleticana, que mesmo depois de tantos vices, tantos vexames nas priorizadas copas do Brasil, continua enchendo seu estádio, com contrato assinado.
Ao jogador Kelly, em especial, desejo toda sorte dom mundo e tranquilidade para desenvolver seu trabalho.
Continue sendo nosso ídolo!