Não é justa a comparação entre Petraglia e Eurico Miranda. Talvez os dois tenham personalidades fortes e estilos agressivos, mas essas são as únicas semelhanças. Eurico Miranda sempre usou o Vasco a seu favor, angariando espaço político e aumentando o patrimônio de sua família. O que comprova isso é a dívida astronômica acumulada durante seus anos de gestão. Trata-se de um indiscutível mal-caráter que se beneficiou do clube. Petraglia não é isso. Sabemos bem o que era o Atlético antes de Petráglia. Lembro dos jogos que assistia contra o Goiatuba, o Novo Hamburgo, o Barra do Garça, entre outros, sentado nos tijolos lamacentos do antigo Joaquim Américo. E o pior é que nem sempre vencíamos. Era um privilégio, vez ou outra, poder jogar contra Fluminense, Grêmio, São Paulo… Eram grandes e nos arrastávamos sob seus pés. Sabemos que a transformação é devida aos sonhos e realizações de Petraglia. Ousou e trabalhou muito nesses últimos anos esse grande atleticano. Não tenho nada contra ele. Desconheço fatos de qualquer espécie de desonestidade. Devemos cobrar dele sim. Mas devemos cobrar apenas em razão do grande homem que é. Cobrar de quem não tem poder de ação e nem de decisão é dar paulada em lata vazia, só se consegue barulho. O que devemos cobrar de Petraglia é uma atenção maior ao futebol. É o investimento em um grande time, capaz de nos colocar no lugar em que PEtraglia nos possibilitou sonhar.