O futuro da Baixada
Moro fora do Brasil desde que a nova Arena foi inaugurada, mas sempre que venho passar férias em Curitiba, aproveito para matar a saudade do meu Furacão. Neste último Domingo, no jogo contro o Vasco, tive que ficar atrás do Gol, e ao olhar aquele estádio lotado, pude perceber pela primeira vez o que está acontecendo com a antiga Baixada. Ou melhor, o que irá acontecer.
Por trabalhar com a bolsa de valores nos EUA, e acompanhar de perto o que acontece com os clubes de esporte profissionais de lá, ficou muito claro para mim que em breve haverá um importante desencontro entre oferta e demanda, a exemplo do que acontece no estádio no Miami Heat. Desde que o time fez contratações importantes, não existe ingresso bem localizado a preço de bilheteria. O ágio sobre os ingressos chega a 200%, 300%, e estes só são vendidos por sócios que por um motivo ou outro não puderam ir ao jogo. Em outras palavras, como em ações da bolsa que acabaram de anunciar ótimos resultados, a demanda será muito maior que a oferta. Virarão um artigo raro.
Aliando-se à comodidade da Arena, e ao espetáculo da torcida o fato da classe média estar cada vez mais rica no Brasil, e de que a sensibilidade sobre o preço do ingresso está cada vez menor para um número importante de pessoas, e chegamos a um fato simples: em breve nao haverá ingresso para todo mundo.
Aonde quero chegar? Colocando-se de lado por um instante o efeito indesejável de prevenir que pessoas de todas as classes sociais possam frequentar o nosso estádio, comprar uma cadeira na Arena da Baixada pode ser um investimento muito melhor do que qualquer ação da Bovespa para os próximos anos. Além de ótimo investimento, ainda paga um excelente dividendo – poder ver o espetáculo da torcida rubro negra.