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1 ago 2008 - 17h16

J.J. e a Operação Cavalo de Tróia

Antepasto: sugiro leitura da coluna do moço no site oficial, para depois
‘saborear’ o prato principal (comentário, não resposta), tal qual fizeram em outras refeições nossos colegas Edgar Mattos e Arthur Kesterke, o que me motivou à reiteração.

DISCERNIMENTO. É tudo que se precisa antes de se ‘jogar as palavras ao vento’, porque quem o faz deve mostrar a que veio, qual a direção que pretende tomar, bem como o sentido de seus escritos. Por isto, apoiei incontestavelmente Juliano Ribas, o mesmo não acontecendo com o nobre Benitez.

Corre nas veias de publicitário do colunista de 5ª(feira) no site caparanaense, o caráter teleológico de suas posições, ou seja, profissionalmente (tal como eu e tantos outros), objetiva-se buscando um determinado resultado: neste caso (ex ofício), a finalidade era ‘provocar o espanto’. Conseguiu. Mas no meu entender, positivamente, em apenas uma direção. Vejamos por quê.

Èmile Durkheim (pai da sociologia moderna), afirmava que o crime é algo bom, saudável para a sociedade, posto que era seu oxigênio, além de reforçar seus valores. Guardadas as devidas proporções, a analogia aqui se encontra no sentido de que o antagonismo faz existir o protagonista, o qual evidenciando a existência do ‘outro’, manifesta-se em busca de novos paradigmas, novas perspectivas, dando dinâmica à sociedade (nação rubro-negra), pedindo novos modelos de comportamento, a transformar a realidade na tentativa de alcançar o Bem-Estar.

Por isto, é plenamente viável, além de democrático, a manifesta existência de sujeitos que pensam como ele (J.J.), que mostram ‘o outro lado da história’ ou ‘a outra face do pensamento’, quiçá ‘the dark side of the moon’, pois além de sugerir a tomada de posição daqueles que ainda estão em cima do muro, nos impulsiona (estes cá do extremo oposto) à comunicação, à participação, em prol da intersubjetividade: o debate, tão carente no cenário da vida nacional.

A mais própria e elementar lei da Física nos remete: a toda ação corresponde uma reação. Eis a minha, talvez nossa.

Há uma certa confusão literal no referido texto, pois ao que parece, não se encontra uma distinção entre ‘corneteiros’ e torcedores: dá idéia de que todos aqueles que se opõem à atual realidade do Atlético, são ‘corneteiros’. Numa prova de redação, seria ele desclassificado por ambigüidade no tema: afinal, o que contestas, são as duas coisas ou uma só, cara pálida?

Considerarei que somos um só, ante o interpretável balaio de ‘chatos de galocha’ por ele indicado, leia-se: chiadores, queixosos, reclamantes e críticos; não somos acusadores, apenas somos aqueles que devem levar ao conhecimento a notícia-crime, quando as autoridades se omitem de sua responsabilidade. Se virou ladainha, é porque até agora nada fizeram, são coniventes. Tomassem providências eficazes, não estaríamos nesta situação vexatória (para mim, para ele, duplo J, nem tanto).

‘Clima de guerra’: historicamente, nosso povo é de natureza conservadora, sendo a Guerra dos Canudos a última ocorrida em território nacional (1897). Quem referiu-se a este termo, foi o próprio Le Bob ao clamar: ‘treino é treino, jogo é guerra’. Isto justifica o tiroteio cusparal e o bombardeio excrementício disparado pelo mesmo nas entrevistas após os jogos, digo, após as dádivas de pontos. O ‘clima’ atual (de revolta e não de guerra) é algo totalmente natural e democrático, onde toda e qualquer manifestação tem um sentido, que demonstra a indignação frente ao bizarro que nos ‘oferecem’ -em troca de nossos pacotes e principalmente de nossa paixão, fundamentalmente em troca de nosso AMOR pelo Atlético- resultado da incapacidade, esta sim nós queremos derrubar, venha de onde vier.

O bom Atleticano não questiona mais sobre o que vem da imprensa. Ponto.

Quanto à ‘profetização do apocalipse’, não se pode fugir do fato: estamos na pontuação do rebaixamento, como disse um dos nossos: ‘a água está batendo na bunda…’ e eu complemento: ‘…e a cagada foi grande’. E concluo: ‘tá fedendo demais’.

Há logicamente um questionamento sobre a qualidade dos ‘novatos’, já que o esfomeado Anderson Aquino também não sabe chutar em gol, Pimba faz juz ao nome quando toca na bola e Douglas Maia é meia-boca: se isto é ‘vigor’, eu prefiro requeijão.

Concordo quando menciona sobre ‘aqueles que quanto pior melhor, a minoria’: existem, mas agora discordando de mais esta opinião sua, aponto que estes encontram-se do lado de dentro do CAP! E não são arautos não, são os senhores, os reis, os monarcas da desgraça.

Também concordo com o problema de ser obrigado a ‘sentar sempre no mesmo lugar’: por isto não comprei cadeira. Devia-se comprar por setor. Imagina se tiver sempre a mesma gostosa do meu lado e a gente aparecer abraçado na foto da hora do gol, o que minha mulher vai fazer comigo? Ou se tiver um bêbado que vomite pra cima, um porco que espirre pro lado, um gordo que ocupe metade da minha cadeira, um facínora atirador de copos de papel, um coxa disfarçado, ou uma bichinha esfregante, ou isso ou aquilo…ou Aquino…

‘Jogadores sentidos com o que dizemos’: Uiii! Emocional?? Ora, faça o meu favor, J.J.! Seu pupilo selecionável cracaço de bola Danilo Xerife de Peladas já mostrou o dedo médio pra torcida enfiar onde bem quiser! É óbvio que ele assume ‘preferir jogar mal’, pois não sabe fazer outra coisa! O caudaloso salário pago em dia a estes mercenários não lhes dá o direito de se revoltar contra absolutamente ninguém! Têm eles deveres e obrigações para conosco, tão somente! Não cumpridos, restam-lhes direitos trabalhitas e deu!

‘Inseguros e temerosos’ estamos nós, que não sabemos se haverá salário amanhã, neste país dos escândalos políticos, da mídia torpe, da violência comprada e da ignorância aos direitos fundamentais. Sentido fica o povo brasileiro que trabalha duro, suado, pra sobreviver com merrecas não dignas ao trabalho realizado ou à força de trabalho empregada, órfãos do excedente da mais-valia, e que vai a campo pra torcer e afogar as mágoas, pois seu time do coração é uma das poucas alegrias que pode ter na vida, mas aí…

…aí aparece Bob no comando…Maculan no microfone…Danilo, Antônio Carlos, Pimba, Aquino, Maia, Oldoni, Willian no campo…aí não parece o departamento de futebol…não aparece a diretoria…não aparece o departamento médico…os preparadores físicos…aí, meu amigo: aí Sica Soda!

Torcer é uma contrapartida: se fizerem o deles em campo, e não se exige muito porque o campeonato tá fácil, têm apoio. Mas não está havendo é o velho e fundamental amor à camisa: tem que gritar raça sim! Têm eles que superar na marra e na vontade a incapacidade Bobiana! Adianta ficar mudos? Adianta sermos passivos nesta história toda? Claro que adianta: adianta pra eles da cúpula, cujos propósitos se fazem estranhos ao cúmulo.

Se o técnico ainda não é o problema principal, melhor o colunista mudar de esporte: vai pra rinha de galo, corrida de cachorro, caça à raposa ou algo que o valha. Lá não importa técnico. Impossível não reconhecer isto.

Se 14 partidas não são suficientes pra ‘encaixar’ o jogo, é porque não há padrão de, porque o metido a Pit Bull roedor de osso Faísca não tem experiência alguma, sobra-lhe é muito medo, aliás, já veio para cá com medo, senão não teria feito a rescisória tão alta assim. Tem medo de entrevistas. Tem porque tem vergonha de aparecer ‘roendo o osso’, o próprio osso artificial que ele criou. Criou porque tem excesso de progesterona. Quem sofre disso gosta de linguiça. Quem gosta de linguiça é totó, basset, frutinha, covarde, retranqueiro, ou seja, alguém totalmente fora do padrão da filosofia Atleticana.

O dia em que não for legítimo a torcida se manifestar, parem o mundo do futebol que eu quero descer: muita passividade pro meu gosto, muita progesterona.

DISCERNIMENTO: J.J., aponta no teu ataque frontal a impugnação específica da sentença, sob pena de não conhecimento do teu recurso, ferindo o Princípio da Dialeticidade (art. 514, i II do CPC).

Há corneteiros. Há os indignados. A coisa tá tão ruim que estes hoje concordam com aqueles. Mas a diferença é ainda crucial, dr. Jackill, portanto seu ataque deve ser igualmente diferenciado.

O colunista: cai em contradição quando, depois de rebelar-se contra a própria torcida, indica eleições no final do ano. Mais ambigüidade, sr. Benitez?

Ninguém está aqui e acolá ‘pregando’ preceitos religiosos, ‘terra arrasada’ ou algo parecido: estamos sim manifestando nosso AMOR pelo Clube Atlético Paranaense. Quem ama alguém não suporta vê-lo doente. Busca a cura, entendeu, entendeu? Antes que a terra tombe.

<<'Mas, por outro lado, não creio como disseram por aqui que J.J. escreveu 'a mando' do establishment rubro-negro: mesmo sendo ele um publicitário, que poderia, em determinadas situações, ter que 'trabalhar' conforme as exigências de seu cliente (tal como eu e tantos outros); não se submeteria a tanto, acredito. Também acredito em discursos. Claro, no Coelhinho da Páscoa, Papai Noel, Saci-Pererê e Boitatá. Ainda no Pé Grande e no monstro do Lago Ness. Lobisomem, Drácula e Gasparzinho. No padre do Forte e no soldado da gruta das Encantadas na Ilha do Mel. Acredito na televisão, na Globo e no Jornal Nacional. Boto toda fé nos basset-dachshund (cofaps). Só não acredito em vida inteligente extra-terrena. Também não acredito em música, cinema, poesia. Nem no debate. Amor: que é isso? Um Pastor Alemão não inspira confiança. Sem essa de Estado Democrático de Direito. Não boto nenhuma fé na torcida do Atlético muito menos no Geninho>>’.

Viram? Eu também posso me fazer parecer do contra. Mas a realidade é uma só. Não adianta mascará-la, fica muito ‘artificial demais’, seu doutor.

Quem sabe nos deram um presente de grego, o ‘Cavalo de Tróia’, cuja barriga começou a se abrir (operação) em 2005. Quem sabe. Em breve saberemos.

Continue, J.J., nós precisamos de você.

Assinado: E.E.

p.s.: ‘Galetto’ é churrasco de frango. Nosso goleiro, excelente por sinal, chama-se GalAtto.



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