Fernandes criticou diversas vezes o elenco atleticano
Uma tônica acompanhou o trabalho de Roberto Fernandes no Atlético: as constantes críticas ao elenco atleticano. Em diversas entrevistas à imprensa o treinador não economizou na hora de avaliar o elenco do time, a situação dos atletas ou mesmo a atitude de diversos jogadores em campo.
Logo em seu segundo jogo no clube, na derrota por 1 a 0 para o Palmeiras, o treinador chegou a comentar a necessidade de qualificar o elenco com reforços. "Tem coisas que não é só conversar. Tem coisas que quando chega no máximo do atleta você precisa ir buscar. O que eu mais ouço desde que eu cheguei é que a equipe precisa de reforços. Enquanto eles não chegam, eu não vou ficar reclamando, vou trabalhando com o que eu tenho", afirmou.
Os constantes desfalques no time, seja por atletas no Departamento Médico ou sem condições de jogo, acompanharam o discurso do treinador após várias partidas. "Nós temos problemas de todas as ordens. Temos jogadores importantes que seriam titulares entregues ao departamento médico, jogadores importantes que vieram no intuito de serem titulares, mas que não têm condições devido a essa janela de agosto e jogadores importantes suspensos", disse, após a derrota por 3 a 0 para o Fluminense, no Maracanã.
Na rodada seguinte, após o empate com o Internacional, na Arena, o treinador disse que estava "roendo o osso", numa alusão clara à falta de qualidade do elenco atleticano pelo menos naquele momento, pois ele mesmo acreditava que com o elenco todo à disposição (contando os atletas sem condições de jogo e os entregues ao DM), seria a época de "comer o filé". "As críticas, e isso já está ocorrendo, direcionem para mim. Porque assim eu consigo blindar eles e eles conseguem ter tranqüilidade para jogar. Num curto espaço de tempo vamos ter o elenco todo à disposição. Mas nesse momento, eu desafio. Pode trazer qualquer um. Mas é nesse momento. Eu estou roendo o osso. Agora, chegar para comer o filé daqui a um mês é uma teta, quando o Rafael Moura estiver regularizado, Fernando, Kelly, Netinho, Júlio César, aí é bom. Eu quero é agora, chegar alguém e fazer os garotos renderem mais do que estão sendo exigidos", disse naquela oportunidade.
No dia 24 de julho, após a derrota para o Sport, na Ilha do Retiro, Fernandes foi ainda mais duro em suas críticas, pois desta vez acusou claramente alguns atletas de não estarem atuando nas partidas com a determinação necessária. Na entrevista coletiva após o jogo em Recife, ele chegou a afirmar que faltava testosterona (hormônio masculino) para alguns atletas do grupo.
No outro jogo, após o empate sem gols com o Figueirense, na Arena, o treinador lamentou também a baixa média de idade do time. "Nós temos um elenco competitivo, que num futuro breve vai dar uma resposta positiva, mas o momento que o Atlético vive é um fardo muito grande nas costas dele. Então, podem vir as cobranças nas minhas costas. Não quero dar uma de herói, mas que a pressão caia sobre mim. Nós temos um elenco jovem. Uma coisa é usar jogadores de 19, 20 anos com o time vencendo. Outra coisa é eles terem que resolver. O Atlético está passando por isso hoje enquanto não podemos contar com os jogadores que estão fora", avaliou.
Depois das coletivas bombásticas com explícitas críticas aos jogadores, Roberto Fernandes preferiu se calar e não concedeu entrevista após as derrotas para Vitória e Botafogo.