Psicologia Campestre
Há muitos anos atrás, era comum o chamado jogo entre fazendas, principalmente no Norte Velho do Paraná, terra do café, de muita mão de obra e muito futebol nas tardes de domingo.
O povo comparecia, os colonos vinham de caminhões, camionetes, carros de boi, a cavalo e de charretes. Havia cervejada, churrascada, troféu em disputa e muita raça em campo. ‘ Da medalhinha para baixo, valia tudo’ – Bola de Capotão e chuteiras de couro duro e cravos dolorosos.
Certa vez, aconteceu um jogo entre a Fazenda borborema, dirigida pela Dona Carlota e onde jogavam dois de seus filhos, e do outro lado o Time da Santa Júlia, do Coronel Berto, disputavam o Troféu da Colheita,o mais importante do ano, na fazenda deste último.
Cenário de muito sol, céu azul sem nuvens, clima agradável, gramado bom e o campo cercado de altas árvores de eucalipto. De um lado ficavam os Borboremas, de outro lado, ficavam os torcedores chamados de Julianos. Nunca atravessavam de um lado para outro. Era um acordo tácito e respeitado pelas partes, caso contrário haveria morte.
Ao final do Primeiro tempo, a Borborema perdia de 1 x 0, jogavam mal e então D. Carlota com sua bengala, revólver na cinta, foi até o vestiario, debaixo dos eucaliptos dos Borboremas e disse:
– ‘ Olha aqui seus cadelinhos, os que são meus filhos serão deserdados, os que são meus empregados, serão demitidos e voltem lá e ganhem este jogo nem que seja a última coisa que façam.
No segundo tempo, os Borboremas viraram e ganharam por 4 x 2, dois gols marcados pelos filhos da dona Carlota.
Corta e passa para o cenário do nosso Atlético de hoje, sinto que está na hora do MCP, ir até o vestiário e dizer em alto e bom som:
– Olha aqui, seus cadelinhos, pago em dia o salário, tenho o melhor clube do Brasil, médicos, fisoterapeutas e tenho um milhão de sócios apaixonados pelo Atlético. Voltem a campo, dêem tudo que sabem, não percam nenhum jogo mais, caso contrário já sabem,… RUA!!