28 set 2008 - 14h30

PVC: “Política deixa Curitiba em situação delicada”

Na edição deste domingo do jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Paulo Vinicius Coelho fala das possibilidades das cidades serem sub-sede dos jogos da Copa de 2014. Segundo PVC, o legado técnico feito em Curitiba nos últimos anos, em especial na infra-estrutura de transportes, rede hoteleira e estádio já em obras prevendo o mundial colocam Curitiba como uma das candidatas. Mas isso apenas ao se analisar aspectos técnicos. Segundo ele, a falta de empenho político pode tirar a capital paranaense do evento futebolístico mais importante do mundo.

“O que matou Curitiba foram as brigas entre o prefeito Beto Richa e o governador Roberto Requião e os problemas da federação, que não descarta o Couto Pereira, enquanto a Arena da Baixada é o único estádio em obras para 2014. "Está tudo bem e já fizemos reunião com o Ricardo Teixeira", diz o vice-governador Orlando Pessutti. Não está, porque Teixeira não ficou feliz com as garantias de Requião e porque Curitiba foi a última a se sentar com o presidente da CBF”, escreveu PVC em sua coluna.

Confira a íntegra do texto, publicado neste domingo na Folha de S. Paulo:

Cidade x Cidade
– Paulo Vinicius Coelho

Na corrida para participar da Copa-2014, enquanto Cuiabá ganha espaço, política deixa Curitiba em situação delicada

O SECRETÁRIO de Turismo do Paraná, Celso Caron, apresenta amanhã o projeto de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014. É o capítulo mais importante de uma semana repleta de decisões sobre o Mundial do Brasil.

Desde ontem, até terça-feira, as cidades candidatas apresentarão as ações adotadas para sediar a Copa. As que avançaram nas questões políticas estão mais tranqüilas. É o caso de Cuiabá, capital da soja, do governador Blairo Maggi. Não é o de Curitiba, nem o de São Paulo.

A semana lembra o quadro Cidade x Cidade, do "Programa Silvio Santos", mas os personagens são menos ingênuos do que os estudantes que enfeitavam os estúdios de TV.
Um dos personagens é o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni. Outro é Francisco Müssnich, cunhado e advogado de Daniel Dantas. Do cenário também fazem parte 18 governadores que já se sentaram à mesa com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Cada um deles manda sua comissão ao Rio, para tentar entrar num mapa que já está quase fechado. O número de capitais contempladas será de oito, no mínimo, e de 12, no máximo. Mas é quase certo que ficará em dez.

Rio, Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre estão confirmadas, o que não livra paulistas, mineiros e brasilienses de outra disputa -a abertura da Copa. A jóia da coroa é Brasília, porque o novo Mané Garrincha terá suas obras iniciadas em dezembro, enquanto Morumbi e Mineirão vivem de conjecturas.

Aí começam as maiores disputas. Manaus briga com Belém e está em desvantagem, porque o Amazonas não acena com a estrutura do Pará. Como prêmio de consolação, pode ficar com o sorteio dos grupos.

Mato Grosso é o mais bem colocado para ser a sede Pantanal. Blairo Maggi, que já defendeu o desmatamento da Amazônia para plantar comida, está desmatando a Copa. Cuiabá deve ser sede. Manaus, não.

As três favoritas que restam são do Nordeste. Recife está garantida; Salvador, quase. A terceira força é Fortaleza. Nesse mapa, Curitiba dançou, mas Celso Caron viaja ao Rio com a missão de mudar o cenário.

Não existe cidade mais perfeita entre as que terão papel pequeno. Curitiba tem transporte, hotelaria e estádio suficientes para três jogos da primeira fase e um das oitavas-de-final. O que matou Curitiba foram as brigas entre o prefeito Beto Richa e o governador Roberto Requião e os problemas da federação, que não descarta o Couto Pereira, enquanto a Arena da Baixada é o único estádio em obras para 2014.

"Está tudo bem e já fizemos reunião com o Ricardo Teixeira", diz o vice-governador Orlando Pessutti. Não está, porque Teixeira não ficou feliz com as garantias de Requião e porque Curitiba foi a última a se sentar com o presidente da CBF.

Depois de entender o jogo político, pense no aspecto técnico. É impensável Curitiba fora da Copa e Cuiabá dentro. Por quê? O legado. Em 1º de agosto de 2014, o futebol brasileiro terá herdado tudo o que for feito em Curitiba e nada do que se fizer em Mato Grosso, que não tem time nem na Série B desde 1992. Mas o mapa se desenha levando em conta aspectos técnicos e políticos. Se quiser voltar à Copa só sob o argumento técnico, Curitiba fica fora.



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