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15 out 2008 - 23h35

Na prática, o que podemos fazer?

Todos nós, leitores desse espaço, andamos sedentos por notícias sobre o Furacão nos últimos dias. Confesso que acesso todos os sites que falem de futebol duas, três vezes por dia a espera de uma notícia bombástica que possa reverter essa situação. Mas na prática, o que podemos fazer?

Todos nós, sócios que poderemos votar no final do ano, temos o dever de fazê-lo, pois seremos diretamente responsáveis pelo time de 2009. Temos que garantir que a chapa, ou chapas, que estiverem concorrendo, mostrem, garantam com todas as letras a formação de um depto de futebol sério, competente e com autonomia. Se não o fizerem, devemos exigir. Fazer valer os nossos direitos.

Sabemos que as finanças do clube são bem administradas e que todo o lucro mostrado não é financeiro e sim econômico. Se não temos muito dinheiro em caixa, pelo menos temos crédito.

Mas quem poderia assumir o depto de futebol do Atlético? Quem seria atleticano (amor ao clube é fundamental nesse cargo) e com o conhecimento técnico suficiente nessa área para garantir, seriedade, competencia e autonomia? Pedi bastante? Pois é, amigos, essa é a nossa tarefa. Espinhosa? Nem tanto. Pelo menos, não temos que nos preocupar em sanear financeiramente o clube, em adotar medidas de corte de custos e de austeridade nos gastos.

Temos que nos preocupar em achar atleticanos capazes de indicar bons jogadores e formar bons times em meio a esse mercantilismo absurdo que se tornou o negócio da bola no Brasil. O Atlético precisa se adaptar a essa nova ordem, onde os bons jogadores já são de propriedade de empresários, grupos de investimento, clubes e deles próprios. Eles já chegam todos fatiados, e, o novo clube que os contrata sabe que irá ter um retorno muito reduzido, ou nenhum, na futura negociação, mas pelo menos terá jogadores de qualidade no seu plantel e que mesclado com jovens atletas formados em casa, esses sim com oportunidades maiores lucros, podem formar times vencedores.

Por falar em categoria de base, o nosso atual diretor de futebol e jurídico, Marcos Malucelli, bem apontou que não estamos tendo o retorno esperado com a terceirização das atividades de peneira e indicação de jogadores para as categorias de base com os atuais parceiros. Exceção se faz ao PSTC.

Na época em que surgiu a idéia da terceirização dessa atividade confesso que parecia fantástica. Teríamos olheiros espalhados pelo Brasil todo e não somente no CT. Imagine o potencial de revelar futuros craques? Mas o resultado prático não foi bem esse. Quatro ou cinco jogadores de nível médio para baixo apareceram nos últimos anos. Ou seja, terceirizamos uma atividade ‘core’ de um clube de futebol, que é a escolha de seus possíveis futuros craques para nada. Perdemos tempo e precisamos recuperar. A nova diretoria de futebol precisa rever essa prática de maneira urgente. Esse é mais um ponto que precisamos ficar de olho em Dezembro.

Mas ainda continuamos com o nosso dilema. Quais seriam os melhores nomes para assumir e estruturar de maneira sólida esse importante depto? Confesso que o meu referencial vem de 1995 até 2004, época em formávamos bons times. Contávamos com nomes como Valmor Zimmermann, Antonio Carletto Sobrinho, Borba Filho, para citar alguns, nesse depto. Não sei os reais motivos de seus afastamentos da vida do Clube. Se foi só desentendimento quanto as práticas de gestão, ou se houve algo a mais que não chegou a mídia.

Não importa. O importantante é que todos devemos colaborar nessa fase e garantir que 2009 seja diferente, marcando um novo período de conquistas e glórias para nosso Furacão. Só que tudo isso passa pelo depto de futebol, não nos esqueçamos disso.



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