Rafael Moura
Tudo no Atlético nos últimos tempos parece ser nebuloso, não explicado ou omitido parcialmente.
Parte disso, todos sabem, é fruto da distância criada entre o clube e a imprensa e por conseqüência com sua torcida. A imprensa nacional têm refletido este ano mais contundentemente os efeitos das arestas locais. Esta política, dentre tantas outras, também tem que ser revista.
Mas dos males criados pelo próprio Atlético, o pior – e não de hoje – é o modo de gerenciar o futebol. Mas isso para todo o atleticano com um mínimo de lucidez também já não é novidade.
Ocorre que tudo está muito mais visível em 2008. Os reflexos estão aí, escancarados. É jogador de bico por não ter sido negociado, é empresário pressionando, é jogador pensando no seu futuro particular em 2009 esquecendo que tem 2008 para jogar e salvar. É jogador fugindo de concentração, jogador se empurrando em campo. São as panelinhas, digo, caldeirões dentro do grupo, cuja clara desunião agrava ainda mais a precária condição técnica do elenco.
E é este o ponto que queria chegar. Não temos este ano o elenco dos sonhos, não brigaríamos pelo título, e isto todos sabíamos. Porém, de longe não temos um dos quatro piores elencos deste campeonato extremamente nivelado.
O que acaba com o Atlético em 2008 é a gestão. Ou melhor: os reflexos que as gestões desde meados de 2002 têm imputado ao clube.
Este jeitão de gerenciar futebol já está fluente no meio da boleragem. Todos sabem que a política do Atlético visa lucro e não títulos e a conseqüência disto perante o mercadão do futebol de hoje em dia são estes reforços que aí estão, as promessas, jogadores inativos, ídolos que estavam há um ano sem jogar, reforços que nem no banco dos ex-clubes figuravam.
Daí nós, torcedores, temos que aturar pessoas como Rafael Moura vestindo nossa camisa.
Um jogador que Petráglia disse que veio ao Atlético para dar novo rumo a sua carreira, mas discute com a torcida como se as poucas suas semanas vestindo a camisa do Atlético lhe dessem moral ou qualquer direito de bater boca com torcedores, ofendê-los, fazer gestos obscenos, enfim, tudo que não deveria. Deveria é jogar bola, mas isso, talvez, não esteja no contrato.
Os atos deste moleque deveriam ser mais bem apurados. As brigas internas desencadeadas por ele, o pênalti infantil diante do seu ex-clube que abriu caminho para a virada tricolor e sua imbecil expulsão diante do Cruzeiro que poderia ter causado o empate do bom time mineiro são exemplos da curta e brilhante passagem que Rafael faz na Baixada.
Petrágia, por muito menos, mandou Fahel e outros embora…
O que você quer, Rafael?
Quer que te aplaudamos mesmo quando você não pega o porco?
Quer que idolatremos devido ao gol no chiqueiro?
Mas tudo que acontece conosco hoje é fruto de gestão. A falta de planejamento ou este feito de forma incorreta acarreta em fracasso. Não há segredos nesta fórmula.
Rafael não é culpado. É apenas mais um oportunista que assinou contrato com o clube da venda certa. Está aqui de passagem, não ficará, nem porque quer, muito menos porque mereça.
Gestão de futebol: eis o maior mal do Atlético!
Se tal gestão fosse executada de forma diferente, nosso clube não estaria onde está hoje. É lamentável um clube com o potencial que tem tratar seu futebol e seu próprio torcedor como o Atlético trata.
Queria saber se o senhor Rafael fazia tais gestos ou mandava a torcida organizada do Corinthians tomar naquele lugar quando jogou no Parque São Jorge…
A forma que Rafael reincidentemente trata a torcida do clube que paga seu salário deveriam ser motivo de imediata intervenção do nosso diretor de futebol.
Mas isso só é feito em um clube que vive em função de títulos e compreende que seu maior patrimônio é seu torcedor, e o Atlético de hoje em dia não é assim.
Rafael, não queremos que você faça o que o Cristiano Ronaldo faz em campo.
Basta apenas não mais nos ofender. Pedir desculpas, admitir os erros seriam atos de nobreza. Não vou sonhar com tanto.
Ademais, parabéns pela garra que os atletas enfrentaram o Cruzeiro. Gustavo, Netinho, Antônio Carlos, Gallato e Ferreira foram leões.
Vocês voltaram a nos orgulhar.