Renovação
A concentração de poder nas mesmas mãos é precisamente a definição de governo despótico. Não será nenhum alívio que estes poderes sejam exercidos por uma pluralidade de mãos e não por uma única.’
O pensamento acima foi externado por Thomas Jefferson, autor da Declaração da Indepência Norte-Americana, e terceiro presidente daquela nação.
Há tempos não lia nada que definisse tão bem o atual estado de coisas atleticano.
Nosso estimado Clube é regido, desde o ano de 1995, pelas mesmas mãos.
De fato, tais mãos alternam tão-somente as penas que empunham. Ora do Conselho Gestor. Ora do Conselho Deliberativo. Ora do Departamento de Marketing. Ora do Departamento de Futebol.
Historicamente, nada de significativamente bom adveio de quadros similares.
Fomos campeões brasileiros, alguns dirão.
Sim, fomos. E de uma forma magnífica. Mas tal sucesso foi decorrente de uma cisão de governo, quando Marcus Coelho, então Presidente, divergiu das orientações de Mário Celso Petraglia, e fez loucuras como contratar Ilan e Souza.
Fomos vice-campeões Brasileiros e da Libertadores da América, outros dirão.
Tais campanhas, a meu ver, foram sucessos ocasionais, atribuíveis, em grande parte, às tecelãs do destino. Foi como encontrar o bilhete dourado em uma simples barra de doce (viva a Fantástica Fábrica de Chocolate!).
Não importa o que aconteça ao fim deste Campeonato Brasileiro. Já torci para o nosso Atlético na segunda divisão outras vezes e não será em um eventual retorno que o deixarei de fazer. Futebol não é corrida de cavalos, onde se aposta sempre no melhor.
Sonho apenas por novos ares. Por ventos que soprem noutra direção. Sonho, em síntese, por renovação.