Duas vitórias
Não precisava ser assim.
Não precisávamos chegar ao último jogo do Brasileirão com a obrigação de ter que vencer, para continuar na Primeira Divisão do futebol brasileiro.
Nossa torcida maravilhosa não merecia isso, mas, felizmente, o Marcos Malucelli trouxe o Geninho que, com o competentíssimo Moraci SantAnna, transformou nosso grupo de jogadores num time aguerrido.
Não é, ainda, um super-time. Mas é um time de machos, de jogadores dedicados que estão se doando ao máximo para tirar o Atlético da delicada situação na qual o nosso time foi colocado, por uma administração desastrosa do futebol nos últimos três anos.
Apesar de promessas em cima de promessas, não ganhamos nada e todos os últimos finais de ano passamos com a corda no pescoço, ameaçados de rebaixamento.
Com a estrutura que temos, rebaixamento jamais deveria estar em nossas perspectivas.
Tenho a mais absoluta convicção de que, com a Arena lotada de gente e de paixão, nossos jogadores se superarão e irão vencer o Flamengo (aliás, como há décadas fazemos, quando jogamos com eles, em Curitiba).
O Caldeirão lotado e fervendo, de garra, de emoção, de amor e de esperança, fará com que o nosso time volte a ser o devastador Furacão dos nossos sonhos.
Haveremos de vencer esta nossa primeira das duas importantes disputas, das próximas 48 horas.
Venceremos a disputa da bola.
No dia seguinte, atleticanos, teremos a disputa das urnas.
Depois de todas as dificuldades que a atual administração do clube tentou impor à mobilização e à inscrição de uma chapa de Oposição, prevaleceu a Justiça e teremos eleições, com duas chapas inscritas, nesta segunda-feira.
Ter eleições, com oposição, já é uma vitória.
Há anos, não havia eleições, com disputa, no Atlético.
E isso é bom, muito bom.
Porque agrega novas idéias, novas propostas e uma nova forma de perceber e de querer administrar o clube, agora com foco principal na formação de um time vencedor, sem qualquer prejuízo ao patrimônio atleticano, ou ao objetivo de ter a Copa do Mundo na nossa Arena finalmente concluída.
Ninguém nega a importância do trabalho desenvolvido no Atlético, nos últimos 13 anos, com a construção de uma estrutura e de um patrimônio invejáveis. Uma boa parcela dos méritos destas conquistas patrimoniais e estruturais deve, por justiça, ser creditada a Mário Celso Petraglia.
No entanto, ninguém nega, também, que no futebol as conquistas principais foram comandadas por outros notáveis presidentes atleticanos, como o Campeonado Brasileiro de 2001 com o Marcus Coelho, por exemplo.
Ninguém pode negar, também, que os últimos três anos foram desastrosos no futebol atleticano.
Por isso, creio, talvez seja a hora de mudar a gestão do nosso clube. Novas cabeças, novas mentalidades, novas óticas, novas prioridades. As pesquisas revelam que 79% dos atleticanos têm como prioridade termos um time forte, competitivo e vencedor.
E não poderia ser diferente, pois com o time forte, competitivo e vencedor teremos mais sócios, maiores cotas de patrocínio, mais parceiros, venderemos mais produtos oficiais e fortaleceremos a nossa grande torcida.
É um círculo virtuoso de crescimento, que principia num grande time, que gera resultados muito melhores (em todos os aspectos) do que um time mediano.
Um time forte é respeitado e seus jogadores são valorizados. Um time forte não tem medo da Imprensa, que é fundamental na vida do clube, promovendo nossos craques e também valorizando-os. Quem tem time forte não teme críticas. Quem teme críticas, tem medo de corrigir os eventuais erros de percurso.
Todos nós queremos um Atlético forte, disputando títulos em todos os certames que ele participar.
Não é verdade? Queremos time!
Não sei quem irá vencer estas eleições. Não há pesquisas, nem houve tempo para uma campanha decente, com os prazos que foram estatutariamente estabelecidos, de inscrição e de eleição. Da inscrição à votação a campanha é só de cinco dias! Para a inscrição de chapas, dado a conhecer o novo estatuto (que ficou aprovado mas não foi divulgado por quase 3 semanas) o prazo foi de 5 dias, com um sábado e domingo no meio…e com a listagem de sócios liberada para a oposição na segunda, dando a ela dois dias e meio para conseguir pelo menos 150 assinaturas de adesão, com sócios com direito a voto.
Esta listagem continha apenas os nomes dos sócios, sem data de afiliação, sem endereços, sem telefones, sem e-mails (dados que a chapa da situação teve acesso com tanta antecipação, que lhe permitiu sofisticadas ações de telemarketing, com gravações pedindo o voto, feitas a cada eleitor).
Mesmo assim, 199 sócios foram assinar seus registros na Chapa de Oposição!
Esta falta de tratamento de igualdade e democrático foi a razão pela qual a Justiça determinou que as eleições devam ocorrer, com as duas chapas, nesta segunda-feira, além de determinar que o clube entregue imediatamente as listagens com nomes, endereços, telefones, e-mails e datas de afiliação á Chapa Jofre Cabral e Silva, Atlético + Futebol.
Com certeza entregarão a listagem que deveriam ter entregue antes, neste domingo ou nesta segunda-feira, dia da eleição o que demandará um esforço hercúleo de voluntários para ligar para cada sócio com direito a voto. Loucura, mas nada é impossível.
Mas a grande vitória já é certa: os sócios terão o direito de escolher, entre as duas chapas, seus candidatos e suas propostas.
Este direito de escolher e de votar democraticamente é sagrado e deverá envolver, em 2011, nossos quase 20 mil sócios.
Agora, serão cerca de 2.600 associados, que têm direito a aproximadamente 3.300 votos (muitos têm mais de uma cadeira, o que dá direito a mais votos).
É a festa da democracia, como muitos nunca viram no nosso Atlético, há tantos anos com o poder centralizado e com uma só voz.
Somos milhões de vozes atleticanas, que devem ser ouvidas e respeitadas.
Nós somos os donos do Atlético.
E estas vozes atleticanas serão representadas nas urnas, desta vez, por um importante grupo de sócios cientes de suas responsabilidades para com o nosso futuro e com a Opinião Pública rubro-negra.
O importante é que conquistamos o direito de votar.
Boa sorte, Atlético, nas duas vitórias que precisamos neste domingo e nesta segunda-feira.
Como disse o saudoso e grande presidente Jofre Cabral e Silva: Não deixem nunca morrer o nosso Atlético!
Assim seja!
Pois a camisa rubro-negra só se veste por amor e a nossa união nos fortalece.