Pedagogia familiar
O filho do ervilháceo, cheio de vontade de entender o mundo, intrigado, dirige-se ao seu líder familiar: Pai, diga-me por favor, vale a pena ser assim? Olha, o senhor me falou que o nosso time iria abrir as pernas no jogo contra os portugueses em nosso estádio para que o Atlético fosse rebaixado no lugar do Vasco. Pois bem, fizemos isso e os poodles, como você os chama, não só deixaram de ser rebaixados como se classificaram para a Sul-Americana, vale a pena ser assim, pai?
Não seria melhor se o senhor tivesse me ensinado que, independentemente de quem iria ser rebaixado, deveríamos lutar porque a honra do nosso time estava em jogo? Na minha escola, os professores nos ensinam que devemos agir sempre com ética. Pai, e o senhor viu, que torcida fantástica eles têm? O time deles estava prestes a ser rebaixado, vinha de uma derrota em Recife, e a torcida foi recepcioná-los no Afonso Pena com gritos de incentivo?
Pai, por favor, deixe-me seguir o meu coração, deixe-me ser atleticano, caso contrário eu acionarei o Conselho Tutelar para denunciá-lo por maus tratos. Nasci em 1995 e desde então, só tenho visto e ouvido maravilhas sobre esse clube e a sua extraordinária torcida. Pai, definitivamente, eu quero ser atleticano!.
Nesse caso, eu sugiro, não apenas ao Conselho Tutelar, como também ao Ministério Público: cuidem muito bem desse caso antes que esse menino sofra de traumas incuráveis em sua formação emocional, intelectual e física. Nesse lindo dia de sol que embeleza nossa querida Curitiba, não sei o que me alegra mais, se é o fato de permanecermos na primeira divisão onde estamos há muito tempo sem cair, ou se é a satisfação enorme que sinto em ver a cara de morto dos coxinhas.
Hoje deve ser um dia bem triste para eles. Pobres coitados. Nunca mais terão uma oportunidade tão grande de nos ver na segunda divisão, porque agora, o Marcos Malucelli já acenou: chega de investir em tijolos, é a hora de investirmos em chuteira. Agora, amigos, vocês constatarão o porquê de o Petraglia ter agido dessa forma nos últimos 14 anos. Cuidem bem do bolo do centenário, porque nós pretendemos estragar essa festa. XÔ INFERNO! Nunca vi uma manchete tão feliz e acertada como a que foi estampada na edição de segunda-feira no jornal TRIBUNA DO PARANÁ.