Saudades
Sempre fui saudosista das coisas boas que cercaram o Atlético. Tenho saudades da Velha Baixada, dos momentos que ali vivi quando comecei a torcer pro Atlético, ainda bem pequena. Por mais que não troque o conforto e a estrutura que temos hoje, a Velha Baixada sempre me trará boas lembranças à memória. E de qualquer maneira, esses tempos já não voltam mais.
Também tenho saudades do tempo em que éramos somente atleticanos. Tempos em que quando conhecíamos outro atleticano, bastava saber que ele era atleticano, como você. Tempos em que ouvir um Atlético, como resposta à pergunta de para que time você torce, era a certeza de reconhecer ali um irmão.
Após essa pergunta jamais viria outra do tipo: Você gosta do A ou do B? Concorda com isso ou com aquilo? Assiste ao jogo na reta ou no meio do povão? Não havia necessidade de se posicionar politicamente, simplesmente, éramos todos atleticanos. Iguais na maneira de torcer, de sofrer, de chorar, de vibrar. Quando o velho Coronel puxava seu grito de A-TLÉ-TI-COOOOO todos gritavam juntos, sem distinção.
Hoje a divisão política dentro do Clube é tão grande, que muita gente deixa de se entender por esse motivo. O simples fato de ser torcedor do Atlético já não é mais suficiente para que nos consideremos irmãos de sangue rubro-negro. Tal fato me entristece bastante, mas tenho esperanças de que um dia (tomara que em breve) ainda voltemos a ser todos simplesmente atleticanos.