Caros amigos, eu, como torcedor atleticano, cansei de ver nosso time jogar bem ou mal e sempre haver aquele jogador que a imprensa bate até o momento que a imagem deste jogador está tão denegrida que em alguns erros ele está no inferno com a torcida.

Todos nós devemos lembrar de alguns ou muitos nomes de jogadores que passaram por isso. Muitas vezes nem mesmo tiveram chance no time e foram queimados por comentários infelizes de comentaristas que têm muito poder para transformar uma atuação em algo terrível ou excelente através de suas palavras.

O rádio é hoje um dos meios mais sintonizados para se acompanhar uma partida de futebol. Seja no estádio ou em casa, ou mesmo distante daqui pela internet, é a forma que as pessoas encontram de acompanhar o clube do coração aonde estiverem. Pena que muitas vezes creditamos a nossa análise à de outras pessoas que muitas vezes, passionalmente ou destrutivamente, usam do microfone de maneira talvez não imparcial, mas de certa forma infeliz.

Quantas e quantas vezes vi nosso ídolo Alex Mineiro fazer péssimas partidas, e Ferreira e outros jogadores também. Mas o crédito que lhes é válido às vezes camufla ou joga para outros a culpa por más atuações e um péssimo futebol.

É claro que existem exceções, mas em muitos casos pode-se perceber isso. Aconteceu com Jancarlos recentemente; não era um grande jogador, mas tinha um excelente cruzamento e muita força. Displicente em muitos momentos, fazia de tudo para ser criticado, e mesmo que tivesse uma boa atuação não era reconhecido, pois a imprensa nunca iria parar de dizer que o jogador para a posição era o garoto que tinha recém saído das categorias de base ou, então, quanto a chegada do lateral Nei, era evidente que este deveria ser o titular por já ter figurado na seleção brasileira.

Amigos, pelo menos para mim, Jancarlos era um bom lateral. Talvez não tivesse a vontade de Nei, talvez não tivesse a qualidade do antigo Alberto, mas ele sabia cruzar, batia faltas na gaveta e era bom defensivamente. Hoje não temos um lateral que nos agrade, mas quando tinhamos um acima do nível dos atuais, não aceitávamos.

O mesmo aconteceu com Denis Marques, Dinei, Moraes, Fabrício, Marcelo Ramos e mutios outros. Claro que eles tiveram más atuações, mas aliados a comentários de radialistas ‘entendidos’, acabamos queimando bons jogadores (superiores aos que aqui estão).

Jogadores precisam de tranquilidade para fazer bons jogos e confiança para ir para cima, sem medo de errar, ser vaiado e sacado do time.

Tudo que estou falando é para chegar no caso mais recente. O caso para mim óbvio e claro que no nosso time existe alguns jogadores intocáveis. Como Ferreira que, mesmo displicente e fazendo partidas sem coração, é mantido no time durante todo o jogo.

Não estou dizendo que a torcida deve pegar no pé do Ferreira, mas que pelo fato dele ser intocável no time, muitas vezes o paraguaio Julio dos Santos tem pago o pato pelas más atuações do time. Sei que nem todos tem PPV em suas casas, mas na última partida foram contáveis os passes que este jogador errou, de tão poucos que foram. Vários passes na medida para os alas, principalmente pela direita, os quais erraram todos os cruzamentos e apagaram o brilho dos passes e a qualidade desse jogador.

É claro para mim que ele tem sido sacado do time, pois temos apenas um volante. E como Geninho quer colocar o time para frente sem ficar prejudicado na defesa, opta por ele. Não porque ele está mal, mas sim por uma mudança tática. Não é como os radialistas têm tratado, como se ele tivesse sido uma figura apática e ineficiente, e sim porque o esquema tem que mudar para que possamos ir para cima do adversário.

Fiquei absurdado ao ouvir os comentários na rádio Transamérica após o término da última partida. Que Alberto foi péssimo todos sabem. Que Preá não conseguiu render também. Foi seu primeiro jogo, tem que se ter paciência. Mas Julio, se não foi o melhor em campo, enquanto esteve nele chegou muito próximo disso; bastava um dos lances que ele criou ter sido concluído com êxito pelos camaradas Rafael Moura, Ferreira e companhia que tudo seria diferente.

É evidente a injustiça que tem sido feita contra esse jogador, e não posso aceitar esse tipo de coisa, pois não quero que este cara seja queimado. Quero vê-lo confiante em campo, fazendo grandes assistências, pois sei que este cara pode jogar muito mais do que tem jogado. Basta olhar o trato que ele tem com a bola.

Quem acha que tudo que eu falei é besteira, conte quantos passes o paraguaio erra durante o jogo e observe a qualidade do passe desse sujeito. Podem até mesmo comparar com a quantidade de erros dos outros, a quantidade de jogadas interrompidas pelo centro avante com média de 0,65 gols por partida. Não faz uma tabela, não faz uma parede direito. Ou com Ferreira, que não tem acertado uma jogada. Ou nossos alas, Alberto erra todos os cruzamentos, ou nos milhares de chutões e erros de passe de nossa defesa.

Vamos abrir os olhos, pois o futebol é coletivo e, muitas vezes, atuações se compromentem pelo contexto. Assim como a função do atacante é marcar gols, a função de um segundo volante é compor o meio e distribuir a bola. Então, assim como Rafael Moura é herói mesmo jogando mal, por marcar um gol, o meio campo tem que ser valorizado pelos bons passes e pela visão de jogo.

Injustiça, é isso que está sendo feito. Injustiça é a palavra que cabe a esta situação. E espero que este paraguaio consiga provar suas qualidades com seu futebol e também com um pouco de sorte. Porque jogando na média, coisa que poucos no time estão fazendo, não vai ter como conquistar a torcida e a imprensa.