O fim dos ‘tranca-título’
Diz a velha máxima: Eu não acredito nas bruxas, mas que elas existem, elas existem.
Ferreira, o último jogador de uma geração totalmente fracassada, deixou o Atlético.
Desde 2005 não levantamos um único caneco e, afora a baixa qualidade do elenco, reparei que em 2008 o simples afastamento de Danilo, por si só, já melhorou o astral do time. Agora aquele cancro-mole está fazendo suas trapalhadas no Palmeiras e na Libertadores, que já adianto, não será verde (acho que é vez do Cruzeiro).
Ferreira foi um enigma para mim.
Minha primeira lembrança dele foi um lance ridículo, em que o jogador do time adversário deixou-o literalmente de quatro perto da linha de fundo, dando condição de jogo ao atacante adversário, enquanto os demais jogadores de nossa defesa faziam a linha-burra. E eu xingando o baixinho de tudo.
Mas ele foi melhorando. Em 2007, sob o comando de Ney Franco, jogou muito. Provou porque era convocado a vestir a camisa 10 colombiana. Contudo, após o empréstimo às arábias, voltou mal. Perdido em campo. Desmotivado. Sequer abraçava os companheiros nas comemorações de gols.
Nas suas entrevistas, chamava a atenção seu parco português. Ora, alguém que há três anos mora no Brasil, trabalha com brasileiros, dá entrevistas em português não pode falar tão mal assim o vernáculo. E talvez aí resida uma prova de que Ferreira não era um jogador de grupo.
Parecia que jogava por obrigação, não por prazer. Derrota ou vitória, tanto faz, nada mudava seu semblante apático.
E não é que a saída dele parece ter feito bem ao time?
Marcinho agora pode jogar onde rende mais e, num 4-4-2, certamente ganhará a companhia do ótimo Julio dos Santos.
Dos jogadores que estrelaram o triênio maldito 2006-2008, Ferreira era o último remanescente. Quem sabe agora, com o caminho aberto, sem nenhum tranca-título, voltemos à hegemonia estadual e façamos um bom papel no Brasileirão/ Copa do Brasil.