Por ser só um estudante de engenharia sem tempo algum pra fazer um estágio e ganhar minha grana, não sou sócio do Atlético. Assim sendo, é óbvio que não votei nas eleições do clube, apesar de ter acompanhado as campanhas e a votação com ansiedade pra saber quem substituiria o mito Petraglia no comando do nosso clube. Com uma boa margem de diferença, os sócios votantes optaram por colocar no poder a chapa de situação, liderada por Geara e Malucelli.

Desde então, os torcedores têm visto uma verdadeira guerra se formar entre a torcida. Primeiro eram os pró-oposição contra os pró-situação. Agora, com a ‘briga’ declarada entre Petraglia e Malucelli, surgiu a ala Petraglista contra a ala anti-Petraglia, que por sua vez se divide entre os que estão satisfeitos com o Malucelli e os que não estão, mas mesmo assim o preferem no comando ao invés do ex-presidente atleticano. Acusações, polêmicas, maracutaias, ofensas… Todos estes são as armas usadas por ambos os lados nessa guerra. E uma coisa me entristece nisso tudo.

Como falei lá no começo, não sou sócio, mas graças a um amigo, esses dias pude acompanhar de volta na Arena um jogo do Atlético. Quando o jogo começou, me deparei com 14 mil pessoas que pareciam cada uma torcer pra um Atlético diferente. Nem parecia a nossa torcida. Claro, o futebol do time em campo não ajuda muito, mas quantas outras vezes eu fui no estádio e, mesmo com times abaixo da crítica, a torcida fez muito mais?

Ao meu ver, esse triste cenário é reflexo dessa disputa burra que se formou entre torcedores. Comentava-se há pouco tempo atrás sobre o quão ridículo eram as divisões do tipo ‘playboys da reta’ e ‘povão’, ‘geração arena’ e ‘geração pinheirão’. E hoje vejo uma briga tão débil quanto essas todas e muitas outras. Uma briga que está deixando nossa torcida fria e tirando o foco do que nos é mais importante: o Atlético.
Discussões e cobranças são válidas e fortalecem o clube. O que acho deprimente é ver picuinhas e posturas inflexíveis, em busca de desmerecer totalmente um ou outro mandatário, ou ex-mandatário.

Petraglia foi um grande presidente pro Atlético, incontestavelmente, quiçá o maior de todos os tempos. Mas o fato concreto e absoluto no momento é que ele não faz mais parte do clube. Pouco interessa por qual motivo. Petraglia faz parte de um passado recente cheio de glórias e também de erros, que não podem ser esquecidos. Concreto também é que hoje, o Atlético é comandado por Geara e Malucelli, e isso não vai mudar. Então, resta pra Petraglistas, Malucellistas, pinheirãozistas, arenistas, playboyzistas e povãozistas torcer, apoiá-los e também cobrá-los pra que juntos eles consigam fazer o Atlético ser campeão em tudo que puder. Assim, creio que todas as facções dessa guerra saem satisfeitos. E quem não sair, é porque não merece envergar a camisa do Atlético.