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7 mar 2009 - 12h38

Fogo amigo

Tão chato quanto um esquerdista canhoto anti direita de plantão é um petraglista fanático. O grau de suportabilidade a essa discussão (petraglistas / anti petraglistas) deu no saco fundamentalmente porque não se discute princípios, fundamentos, idéias, pontos de vistas e coisas afins, a nossa rubro negra guerra interna é defesa/ataque, quase um fogo amigo.

Infelizmente chegamos a uma dissidência cretina.

Não sou anti Petraglia, até mesmo porque sempre admirei o grande administrador, todavia tem incomodado muito a pronta defesa dos adeptos. Os petraglistas não conseguem sequer disfarçar a perene advocacia do ex-dirigente. Os textos chegam a escorrer justificativas pra tudo, nas entrelinhas, além das linhas ou escancaradamente mesmo.

Não sei qual é o percentual de atleticanos que ainda aguenta aquela velha ladainha de “tudo que foi feito nos últimos 15 anos”. Sinceramente não acredito, como já disse em outro texto, que haja um único atleticano que não saiba disso e não valorize essas conquistas, mas fato é que, apesar de tudo isso, estamos parados na seara do futebol há muito. Pra um clube que reza altas pretensões, estamos estagnados no mundo da bola e alguma coisa precisa ser feita. E a história de que “estávamos acabando o CT” não cola porque quando fomos campeões em 2001 e vice em 2004 estávamos em estágios mais atrasados com o andamento das obras, e mesmo assim tivemos bom time e boa campanha.

Há alguns colunistas, camaradas do “Fala, Atleticano” (que podia mudar pra Fala, Corneteiro) que dizem saúde antes do Petraglia espirrar. E esse tipo de coisa é insuportável. Tão insuportável quanto não querer enxergar que MCP, sem dúvida um cara à frente do seu tempo, é uma pessoa de difícil trato, que centralizou o poder e que causou intrigas, algumas indispensáveis, mas boa parte delas contornáveis e desnecessárias. Não à toa nos tornamos um clube antipático país afora, e não foi só por termos crescido tanto e incomodado “os grandes”, como pregam alguns, foi sim porque a administração do clube nos últimos tempos fez tudo pra que isso acontecesse.

A concorrência, assim como os adversários e a oposição são coisas necessárias para o desenvolvimento de qualquer área. A pressão dos contras, dos que se opõem, da concorrência é o impulso para o crescimento, fomento para a vontade de querer ser melhor. É com esse pensamento que deve ser analisada a relação Atlético / coxa, por exemplo. Se não tivéssemos com quem rivalizar, não teríamos tanto ímpeto em querer ser melhor. Desta forma é que analiso as diferentes correntes na disputa da administração do Atlético. Isso nos fará crescer muito mais e vai nos fortalecer, desde que seja feito com respeito e atitude positiva.

Aos esquerdistas canhotos anti direita, também minha indignação. Tem nego que chega descendo a ripa, basta meia chance, critica tudo e todos com a eficácia de quem nunca hesita. O ”Fala, Atleticano” se tornou um terreno árido pra boas ideias e coerência, tornou-se um espaço de Prós e Contras, de infindáveis bombardeios. Os anti MCP não vão chegar a lugar nenhum com essa ideia. Não é por aí. Realmente o desmerecimento de alguém que (bem ou mal, com acertos e erros) lutou e fez o clube atingir tal grau de excelência é decepcionante. Não acho correto que seja tratado como vilão. É apenas alguém que se desgastou no comando e precisava sair de cena, ou como brilhantemente foi dito no filme Batman: “saia em tempo e vire herói, ou fique até o fim e se torne o bandido”.

Posso aceitar as críticas, todavia, quero ver embasamento nelas, bem como análises com certo grau de imparcialidade, não somente defesas estapafúrdias de ideias fundamentadas em convicções firmadas ao acaso.

Não votei nessa administração que aí está, mas ela tem meu apoio incondicional porque quero o melhor para meu clube e vou exigir que todos os esforços sejam feitos pra que tenhamos um grande ano. Se depois não der certo, desta vez, graças a Deus, teremos concorrência, mais de uma chapa, gente querendo se superar, e isso só pode ser bom para o CAP.

A maioria das críticas feitas a atual administração do Atlético são vazias e precipitadas. A anterior administração teve todas as chances de fazer de pelo menos um dos anos do triênio um grande ano de futebol Atleticano. Isso não ocorreu. Por isso, nada mais justo que alguém diferente tente algo diferente.

Se todos pensássemos igual não haveria a diversidade, e sem diversidade, não teríamos o novo. Defender ideias e demonstrar o fundamento e a coerência delas é louvável, entretanto, não são poucos os que reconhecem o brilhantismo de suas ideias e encontram o fundamento pra elas fechando os olhos para a incontestável coerência da ideia de seu opositor.

Quanto aos petraglistas, não se preocupem, ele terá nova chance de retornar a administração do clube e tenho certeza que tentará isso nas próximas eleições. Entretanto, torcer contra a atual direção por não ser a ideal pra alguns, é atirar contra o próprio peito.



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