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11 mar 2009 - 11h53

Mercenários, viúvas e futebol

Acho que já está na hora de colocarmos um ponto final nesta discussão que se instaurou desde semana passada após as declarações polêmicas de nosso treinador Geninho, que agora para alguns (poucos) virou o capeta, ou o mercenário, o safado, o ingrato, enfim, o pior dos seres da face da Terra.

O curioso é ver o argumento de alguns que atacam o cerne da questão, que seria o suposto salário do treinador – algo em torno de duzentos mil reais, cifra não comprovada pela direção do clube – mas digamos que essa cifra realmente alcançasse esse patamar.

Ora, se juntarmos o salário de vários jogadores “come-dorme” que passaram por aqui recentemente, todos indicações de empresários “mui amigos” do nosso ex-presidente, não daria 200 mil ou até mais ?? Alguém aí lembra do TAVARES ??? do MACIEL ??? do RODRIGO BECKHAM ??? do LEANDRO ??? do CLEVERSON ??? Isso só para citar aqueles que chegaram a jogar pouquíssimas partidas… ou alguém acha que esses caras ganhavam pouco ??

Outro argumento dos saudosistas de Mário Sérgio, Casemiro Mior, Bob Fernandes e companhia (pelo jeito esses todos Atleticanos de berço, ao contrário do Geninho, que é “santista”) é de que nosso atual treinador é uma enganação, já que ganhou pouquíssimos títulos na vida. Neste aspecto, os que por aqui passaram anteriormente, incluindo o já citado Mário Sérgio (vulgo “Prof. Pardal”) também não ficam devendo em nada. Aliás, esse último como treinador nunca ganhou NADA mesmo.

Mas para a mentalidade de “grande” que tanto se propalava nos últimos tempos, e para a turma de “viúvas” (ou seriam de “abutres do catastrofismo”, parafraseando nosso ex-presidente Fleury), parece que treinadores deste gabarito é o suficiente. É sim. Mas pra disputar a segunda divisão, não fosse a vinda do Geninho, que nos salvou dessa, mesmo essa vinda sendo contrariada e contestada por você-sabe-quem. Então pergunto: quem fugiu na hora H ?? Foi o Geninho ??? Acho que não.

Alias, alguns argumentos chegam mesmo a ser ridículos. Geninho santista ?? E daí ?? Quando a gestão anterior contratou – com muita inteligência – o excelente Domingos Moro, para atuar junto à Justiça Desportiva, que notoriamente torce para o time do alto de nossas glórias, alguém reclamou ?? E o Onaireves Moura, Atleticano de berço, nunca vi ninguém lambendo os pés dele aqui.

E por fim, “ele é mercenário”, “no primeiro convite das Arábias vai pegar o boné…”. Bom, questiono-me quem hoje trabalhando no futebol brasileiro não faria o mesmo, seja jogador ou treinador. O meu amigo Juarez na coluna dele de hoje citou o caso do Leão, em 1996, que foi ganhar seus troquinhos no Japão. Vamos condenar o cara por causa disso? Até aquela turma de treinadores ali de cima faria o mesmo. Mas acho meio difícil rolar um convite desses pra eles…. já imaginaram o Bob dizendo aquelas frases de efeito dele, tipo “treino é jogo, e jogo é guerra” pra seleção do Irã ??

Pessoal, vamos acordar. Parem e pensem um pouco. Quem se afastou do Atlético foi o nosso ex-comandante, por sua única e exclusiva vontade, ele não foi chutado em momento algum!!! Ele escolheu isso através dos seus atos, justamente porque gostaria de continuar mandando e desmandando como sempre fez, com uma ressalva já apontada por mim em outro texto: nos últimos anos, sua direção saiu do rumo, quando ele escorraçou de sua frente pessoas tão Atleticanas quanto ele, quanto eu e quanto vocês. Não se pode colocar-se acima de tudo e de todos, nós é que devemos trabalhar em prol do clube, e não o clube em prol de nós. Queria eu vê-lo novamente dando entrevistas como aquela em Ribeirão Preto onde perdemos a vaga entre os oito finalistas do brasileirão de 99, quando ele chamou os jogadores “na chincha”, mexendo com os brios dos caras que se recuperaram e ganharam a seletiva da Libertadores, com direito a goleada (de 4!!!) nos verdes, e na casa deles.

Pessoal, esses tempos foram muito bons, mas vocês sabem que ultimamente já não era mais assim. Passou, passou, as coisas mudaram, pessoas mudaram, e agora é bola pra frente.

Então, vamos voltar a falar de FUTEBOL e parar com essa desunião. Não vamos deixar que as “viuvetes” venham atrapalhar o ambiente do clube que atualmente é o líder do campeonato e respira um ar menos hostil do que era há algum tempo. Se alguém presenciar a manifestação de alguma delas no estádio, o que duvido que aconteça, já que não terão coragem para tanto, ainda assim, não ajam com violência, em momento algum. Dê um lencinho branco pra elas chorarem e deixem que chorem a vontade, pois o choro é de graça e o Furacão está voltando a ser do povo, e não de uma pessoa só ou de um pequeno grupinho.

Vamos desviar o foco desta briga de bastidores e prestar mais atenção em outra questão importante que é o regulamento do Estadual, alterado no meio do campeonato – e que pode nos prejudicar na próxima fase. Vamos nos unir e se for o caso acionar judicialmente a Federação Paranaense como consumidores do espetáculo que somos, fazendo uma corrente como aquela de 1997, onde tentaram puxar nosso tapete, e que alguns de nós foram até o Rio de Janeiro na frente da CBF protestar em favor do Atlético e do nosso ex-comandante. Uma pena que depois tudo isso foi esquecido. “É tudo vagabundo”, diriam alguns.

Vamos cantar, gritar e incentivar, como sempre fizemos, empurrando o time dentro de campo e torcer para que o trabalho fora das quatro linhas continue sendo bem feito pelo atual comando, com transparência, sem brigas, sem picuinhas, com educação e cordialidade perante terceiros, pois não é o fato de visitar os rivais da capital que vai nos fazer perder a identidade, pelo contrário; os grandes de SP, RJ, RS e MG trabalham muitas vezes em conjuntos nos bastidores o que só ajuda a fortalecer o futebol local – e consequentemente os clubes locais – sem prejuízo da rivalidade.

Não vamos nos deixar levar por notícias que tomam uma proporção imensa – pois sabemos que muitos jornalistas adoram falar do Atlético, pois é o Atlético o clube que mexe com as emoções dos torcedores dos times da capital, sejam a favor ou do contra. O Atlético é o clube da massa, o clube do povo, o resto é resto. E principalmente, é um clube de FUTEBOL, o Geninho um dia irá embora, virão outros, os presidentes mudarão, mas o clube ficará.

Pelo menos de minha parte, paro por aqui e deixarei as discussões políticas para as próximas eleições, torcendo muito pelo sucesso do nosso amado CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE.



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