Ser ou não ser petraglista
Ninguém mais que eu torce para que o Atlético seja um time vencedor, um campeão em todas as competições das quais participar. Entre querer, torcer e ver o sonho realizado há um enorme espaço. Para diminuí-lo, serão necessários muito trabalho, sabedoria, coragem e inteligência.
O Paraná Clube soube encurtar muito bem esses caminhos, pois foi um time vitorioso logo que veio ao mundo. Como eles dizem: já nasceu grande! Os dirigentes daquela época sabiam como ninguém fazer dívidas, vender imóveis, pagar altos salários, onerar patrimônio, tudo em nome e em busca de pequenos orgasmos naquelas rapidinhas dadas.
Houve um tempo em que alguns atleticanos diziam que o Evangelino Neves bem que poderia ter adotado o Atlético como clube do coração assim que chegou a Curitiba.
Hoje, percebo a besteira que o pessoal do Paraná fez, e qualifico também como não-procedente a afirmação de que o chinês deveria ter sido atleticano.
Petraglia sim, este nasceu para ser atleticano, estava escrito nas estrelas. Além de ter aquilo virado pra Lua, soube aliar a sorte com competência e muito trabalho, planejamento, visão estratégica e outros atributos.
O Sarney também foi um sujeito que nasceu com aquilo pra Lua, mas enfiou-a naquilo quando se desviou do traçado elaborado pelo Plano Cruzado, colocando-nos numa enorme enrascada.
Aonde quero chegar?
A diretoria atleticana tem diversos caminhos e múltiplas opções a seguir. Ela pode tomar o seu lugar na história como um Sarney, ou ser corajosa o suficiente para retomar ao projeto iniciado em 1995, contando com o auxílio do Petraglia.
Não se faz mais futebol de forma amadora. Vide o exemplo dos coxinhas e dos paranitos. O próximo passo dos coxinhas será o de mandar embora o Ivo rouco, dando-lhe um tempo para procurar o Dr. Ricardo Barrionuevo – um excelente otorrinolaringologista -, atleticano roxo, e repatriar o René Simões, o herói da trepada, ou da subida, como quiserem, para a primeira divisão, mas ele não viria para cá ganhando pouco dinheiro.
Enfim, soluções amadoras, soluções simples, porém desastrosas, exatamente como o Sarney fez, perdendo o trem de uma história vitoriosa, altamente edificante para as gerações futuras.
Uma outra coisa muito intrigante: tenho visto manifestações em nosso espaço “Fala, atleticano!”, de um grupo acusando o outro de “petraglistas”, pressupondo que existam, então, os “não-petraglistas”.
Antes de entrar nessa segmentação, vou convidá-los a raciocinar um pouquinho mais além do normal, e com algum esforço poderemos concluir o pensamento.
Alguém já viu em nossos espaços, as denominações farinhaquistas, onairevistas, coelhistas, zimermanistas, aduristas, forneanistas, malucelistas, gearistas, ou quaisquer outros istas?
Claro que não, e posso estender tal questionamento aos outros clubes: já viram alguma denominação como mirandista, evangelinista, cirinista, gionedista, dominguista, bolicenhista, ou quaisquer outros istas?
Claro que não, não existe isso, o único dirigente com direito a um ista foi e é o Petraglia, formando assim o neologismo Petraglista.
Então, amigos, em vez de diminuir, fracionar uma parte da torcida atleticana que ama o Atlético e quer vê-lo andar pra frente, sempre pra frente, com passos seguros, firmes, planejados estrategicamente, agindo dessa forma pouco inteligente, só farão aumentar o nome Petraglia. Esse é famoso tiro no pé. Vamos criticar com a razão, com inteligência, como eu sempre fiz com relação à administração petraglista (olha eu também a usando… risos), vamos formar um bloco de vencedores.
A melhor solução para o Atlético seria a de convidar o Petraglia para voltar ao trabalho, há muita coisa para fazer. A parte social, o Geara sabe fazer muito bem, ele sabe como ninguém, atravessar a rua, tomar umas beras ao redor da piscina com o pessoal das organizadas, jogar um truquinho, isso ele poderia continuar fazendo, porque nessa área o Petraglia é um desastre, nunca jogou para a torcida, sempre jogou para o time.
A parte jurídica poderíamos deixar ao encargo do Malucelli, ele é bom nisso, em todas ele ganhou do Fernando Barrionuevo, em todas ele deu um pau naquele moleque atrevido (risos), e a parte que vende e empresta jogador, aquela que lida com as coisas da Copa do Mundo de 2014, com o relacionamento dentro do Clube dos 13 e com a CBF, mais o lado estratégico do projeto de 1995, essas coisas deveriam deixar com quem entende, deixem com o Petraglia, porque assim sendo, seremos fortes, deixaremos um ótimo legado para as gerações futuras, não correremos o risco de nos tornarmos um coxinha ou um paranista da vida (esse termo “da vida” não tem conotação nenhuma como a que o Mafuz quer dar a entender, o “da vida” aqui usado quer dizer simples, sem projeção, invisíveis perante o mundo, pessoas que não criam ou não formam outros istas).
Não quero dividir, fracionar, fragmentar, aliás, quero somar, não quero ser um petraglista, mas se não me derem uma nova opção mais benéfica e produtiva para o nosso amado Atlético, aí então eu serei um petraglista assumido. Pelo menos assim sendo, não correrei o risco de ver diretores babando ovo de radialistas que sempre nos prejudicaram e beijando a mão de dirigentes coxas que sempre aprontaram contra nós. Uma coisa é ser humilde, e outra bem diferente é ser humilhado.