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15 abr 2009 - 11h29

Como (re)transformar um corneta em atleticano – exercícios práticos – parte I

Corneta? O que é um corneta?

Bom, talvez encontremos em algum dicionário moderno uma boa definição, mas tentarei explicar: é aquele que durante o jogo, em vez de apoiar seu time e aguardar o final da partida, já faz um levantamento crítico e vaia quem tem ou não que vaiar, e xinga quem tem ou não de xingar.

Bom, vamos ajudar a este nosso ‘amigo’, já que devemos lembrar que, no fundo, ele é atleticano. Talvez as amarguras da vida, a sogra, a mulher, os filhos, ou até o patrão tenham transformado este nosso torcedor em um crítico inveterado – não entendo bem disso, Freud talvez explique. Mas não faremos isso com ódio, faremos com bondade no coração, para que ele sinta que é importante, bem como o seu apoio.

Vamos aos exercícios práticos, já que esse texto não é um ensaio sobre a cornetisse, e sim uma forma de combater os seus efeitos:

1 – Coloque seu amigo em uma posição confortável – sugiro uma posição de meditação, de relaxamento.

2 – Use uma música de fundo suave, sugiro o hino do Atlético na versão de inauguração da Arena, ou o acústico (quem precisar, tenho esta versão em mp3).

3 – Mantenha o plano de sócio dele (isso é de suma importância), pode seu ausente ou residente. Sim, tem pessoas que pagam residente mesmo morando fora de Curitiba.

4 – Através da sugestão (não é hipnose, veja bem), faça com que seu amigo seja transportado de Curitiba, da Arena, para um lugar longínquo – serve usar uma transferência de empresa, mudando de cidade para morar definitivamente neste lugar. Que lugar? Ah, não sei, use como exemplo São Paulo, Nova Esperança, Joinville, Brasília, Manaus, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Cascavel ou Foz. Se preferir, coloque ele morando em outro país.

5 – Avise que não há “pay per view” do seu time fora do estado do Paraná, que ele não conseguirá assistir pela TV a praticamente nenhum jogo do Atlético; se ele tiver sorte, talvez a cidade para onde você o mandou tenha uma embaixada (neste momento verá um leve sorriso no seu rosto, mas se prepare, logo virão lágrimas, sugiro que tenha uma toalha por perto).

6 – Alerte que os programas esportivos locais não falarão de seu time, falarão de gambás, bambis, porquinhos e outros animais silvestres quaisquer. Se tiver sorte, quando seu centroavante fizer 3 gols, o time aparecerá no Fantástico.

7 – Avise o nosso amigo que ‘talvez’ – eu disse: ‘talvez’- ele consiga ir para Curitiba umas 3 ou 4 vezes ao ano e, se der sorte nesse final de semana que for, terá jogo. Isso tem a ver com as datas de casamento que somos convidados pra ir, como padrinhos ou não – o alerte sobre a necessidade de se gastar com presentes também nessas idas.

8 – O informe sobre as rádios on-line e passe o link da Justin.tv. Não precisa dizer sobre os travamentos da Justin, ou do delay, deixe ele sentir isso na pele durante o processo de imaginação. Dê alguns segundos ao seu amigo, prepare-se, pegue a toalha citada no item 5.

9 – Passe a ele o sentimento de que, como estará longe da Arena, não conseguirá gritar, apoiar o seu time. Por mais que tente, a Justin.tv não é tão interativa assim (deixe isso bem claro).

10 – É bom salientar que, nas rodas de colegas de trabalho, o famoso ‘sarro’ de segunda-feira não existirá, por mais que nosso time seja campeão do mundo. Ainda assim nos considerarão como fora-do-eixo e os programas esportivos continuarão a não falar sobre nós.

11 – O oriente a buscar promoções em companhias aéreas e rodoviárias, oriente sobre economia; assim conseguirá ir pelo menos uma vez mais na Arena torcer pelo Atlético.

12 – Se caso seu amigo imaginou estar morando em São Paulo ou no interior do estado de São Paulo, informe sobre a Copa São Paulo de futebol júnior. Com sorte ele conseguirá assistir à alguns jogos e gritar para apoiar os meninos.

13 – Por fim, coloque-o sentado na Arena, na sua cadeira, e não estranhe se nesse momento ele começar a gritar os hinos e cânticos do clube e da torcida como um doido, cada vez mais alto, mesmo quando todos parecem estar quietos, porque a saudade será tanta, meu jovem, que parecerá que ele nunca tinha pisado na Arena antes… neste momento você pode acreditar que deram certo os exercícios!

Em tudo ficará parecido com algumas crianças que vemos na Arena, que mesmo com os Julios e Netinhos jogando bem ou mal, não se importam… Por quê? Porque simplesmente esses ‘pequenos’, ah sim, esses pequenos torcem por aquele time Rubro-Negro que entra em campo, não importando qual jogador está vestindo a camisa. Eles gritarão como nunca fizeram antes e ficará parecido com a Arena de velhos tempos, ou da velha Baixada…

Voltemos a ser como esses pequenos e cantemos o jogo todo… voltemos a ser como a velha Arena…

‘Rubro-Negro é quem tem raça, e não teme a própria morte’…

Obs: esse texto também é uma homenagem aos atleticanos que vivem isso e que elevam o nome de nosso time dentro e fora do estado. Obrigado aos Jvts, Ariels, Giovannas, Bias, HBs, Suns, Cleversons, Micks, Tons, Caballeros, Sabines, Guilhermes, JDs, Rubens, Gilbertos, Cezares e tantos outros atleticanos que estão espalhados nesse Brasil e no mundo.



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