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7 maio 2009 - 13h19

Não acredito

Peço desculpas desde já aos colegas torcedores, mas não posso acreditar no que vejo neste site após a derrota para o Corinthians.

O que tenho lido é de que Ronaldo é o cara, que faltou um Fenômeno no nosso time para definir, que Ronaldo é isso, que Ronaldo é aquilo. Ora meus colegas, me poupem por favor!

Vamos analisar um pouco o jogo de ontem. O que fez o Fenômeno durante todo o jogo? Ah, claro, uns dirão que ele fez os gols da partida e conseguiu classificar a equipe dele. Mas vamos ter um pouco mais de visão e analisar as circunstâncias nas quais ele definiu a partida de ontem.

No primeiro gol que ele fez, qual foi a jogada fenomenal e incrível que só ele poderia ter feito? Nenhuma. Fez o que qualquer outro centro-avante teria tentado fazer. Virou e chutou pro gol. A bola passou entre as pernas do Gustavo e entrou no canto baixo do gol de Galatto que falhou no gol. Por isso, não vejo nenhuma jogada sensacional aí. Não quero aqui crucificar nosso goleiro, mas aquela bola era perfeitamente defensável.

O que dizer então do segundo gol? Posso dizer algumas palavras se me permitem: vergonhoso, ridículo, tendencioso e premeditadamente arranjado.

Qual seria então os outros lances que o Sr. Fenômeno protagonizou que foram tão importantes na partida. Qual foi a tão incrível jogada realizada por um jogador diferenciado? Nenhuma!

Senhores. Isso é que dá. Reclamamos tanto das arbitragens tendenciosas, dos narradores baba-ovos das equipes paulistas, da parcialidade abusiva que ouvimos e vemos constantemente nos jogos contra times do eixo, mas com qual autoridade podemos reclamar se, após um vergonhoso, safado e tendencioso apito como o que tivemos nessa fase são deixados de lado somente porque um ex-atleta, com 100 kg, volta a jogar futebol após diversas contusões?

Como posso acreditar que torcedores e colunistas desse site preferem ‘endeusar’ um ex-atleta que visivelmente se utiliza de toda sua fama para inibir jogadores adversários e árbitros de futebol, sem contar narradores e comentaristas esportivos ao invés de reclamar da roubalheira vergonhosa da qual o CAP foi vítima nesse confronto?

Nunca seremos grandes. Para ser grande é preciso pensar como grande. Isso nós não temos feito. Palavras como: ‘Valeu’, ‘Parabéns’, após um desclassificação para uma equipe que mostrou ontem que precisa de uma mãozinha pra ajudar não são palavras que se diriam a um time considerado grande.

Ou alguém acredita que se fosse o contrário essas palavras estariam sendo ditas?

Perdemos para uma equipe tão superior assim? Não vi, em nenhum dos dois jogos, uma superioridade assim tão abissal como a imprensa nacional insiste em afirmar que existe.

Vi, sim, uma equipe boa, organizada e que agora conta com um super escudo protetor contra eventuais dificuldades que possa vir a encontrar durante uma partida chamado Ronaldo. Só isso.

Digo com a maior certeza desse mundo: caso Ronaldo não fosse jogador do Corinthians teríamos passado, e até com alguma facilidade.

E não é porque Ronaldo é diferenciado. É porque jogadores tem medo de chegar junto dele e ficarem marcados como o cara que afastou o ‘Fenômeno’ definitivamente dos campos. Árbitros preferem marcar faltas bisonhas e pênaltis absurdos quando o ‘Fenômeno’ está envolvido na jogada do que ficarem marcados por não coibirem uma jogada mais dura encima do ‘Canelinha de vidro’.

Ronaldo FOI um jogador diferenciado. Isso a 5, 6 anos atrás. Hoje ele só joga no Brasil porque nossa qualidade é sofrível. Ou alguém ainda acha que ele, pesando 100 kg jogaria no Real Madrid ou no Milan?

Mas é isso aí. Vamos continuar com nossa visão diminuta de time provinciano.

A impunidade no apito, São Paulo e Rio de Janeiro agradecem.



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