Valeu, Furacão! Ao contrário dos malas de sempre, não vejo motivo nenhum pra criticar quem quer que seja pelo jogo de ontem. Ontem, jogamos dentro de um propósito correto e só não saímos classificados do Pacaembu porque do lado de lá tinha Ronaldo e Vuaden. O primeiro jogou 4 segundos, em 90 minutos, e fez um gol que só quem foi 3 vezes o melhor do mundo faria, no meio da zaga inteira, batendo no cantinho. O segundo, esse sim, jogou um partidaço. Vuaden foi o melhor jogador do Corinthians em campo.

Quanto ao nosso Furacão, esse sim o que nos interessa, jogou no contra-ataque como tinha que ser, suportou a pressão corinthiana e levou muito, mas muito perigo mesmo, nas bolas laterais, em ambos os lados. Galatto perdeu para o morrinho artilheiro no primeiro gol. Foi aquele tipo de bola que quicou no ‘arrepio’ do gramado e bateu no terço superior da mão do nosso goleirão. Azar, ou melhor, sorte do Ronaldo, que gordo e feio daquele jeito, continua um cracaço de bola. No penal (que penal?) não teve jeito.

Raul foi muito bem e mostrou que um pouco mais de rodagem vai dar a ele a condição de brigar por vaga na seleção. Podem escrever.

Gustavão, ‘Tonhão – the sheriff’ e ‘Rudolph Machine Gun’ não falharam em nenhuma bola durante os 90 minutos, nem no lance do gol, este, mérito todo do dentão! Márcio Azevedo jogou sua melhor partida desde que me lembro de vê-lo em campo. Brigou, roubou bolas, foi à linha de fundo, dividiu, lançou (até de trivela) e merece elogios.

Nossa meiuca fez o papel que lhe cabia. Chico foi o guerreiro de sempre e afora algumas saídas desajeitadas, não comprometeu e ainda marcou com rara lealdade e eficiência. Jairo foi um leão, mesmo na sombra do grande Valência. Não deixou o meio campo corinthiano jogar e está de parabéns também.

Marcinho é o craque do time, sem sombra de dúvidas. Jogou certinho, armou e mesmo muito bem marcado (muito mesmo!), achou espaço pra jogar, cadenciou o jogo quando era hora, acelerou quando precisava. Não há o que falar dele, senão que foi uma pena não poder mais vê-lo em ação na Copa do Brasil.

Quanto ao ataque, o He-Man fez o que se esperava dele. Segurou o pivô na frente, girou pra achar espaço, correu e lutou como o guerreiro que é. E no fim do jogo ainda deu uma declaração leal, parabenizando o adversário e eximindo o menino Wallyson de qualquer culpa no resultado. Até porque isso não teve mesmo. No primeiro tempo a bola na trave foi obra do destino, ou do ‘Sobrenatural de Almeida’, como diria Nelson Rodrigues. Fez tudo certo, bateu no canto. O goleiro deles desviou com a mesmo terço superior da mão com que Galatto foi na bola naquele primeiro gol deles. Só que do nosso lado a bola caprichosamente encontrou a trave, e justo naquele lado em que espirra pra fora e não pra dentro do gol. Quanto ao lance do segundo tempo, replay daquele do jogo passado, é aquilo: só perde quem está lá. A jogada foi perfeita, o arremate idem, mas uma fração milionésima de tempo e de velocidade foram suficientes pra que a bola mudasse sua trajetória e saísse, ao invés de entrar. Mas o menino sabe das coisas e pra ele eu digo: Wallyson, continue em frente que você é bom de bola e ainda vai dar muitas alegrias pra nós. Todos os grandes craques vez ou outra passam por essas coisas. Mas a torcida do Furacão está com você!

Renan, Júlio César e Preá nem podem ser julgados. Entraram na hora do sufoco, sem muitas chances de bater o Ronaldo e o Vuaden. Quanto ao Corinthians, esse já tinha sido batido o jogo inteiro.

E o Geninho? Quer saber: vão se catar aqueles que acham que o homem não entende do riscado. O nosso comandante sabe muito, seus malas sem alça! Armou o time beirando a perfeição tática. Deu um banho no Mano e mostrou que é com ele que vamos conseguir boa campanha e, quem sabe, uma bela briga na ponta esse ano. Deixem de ser corneteiros burros e tentem enxergar o óbvio. Geninho é a cara do Furacão e um dos melhores treinadores do Brasil. Isso é um fato, suas bestas!

No mais, PARABÉNS meu Furacão! Perdemos pro Ronaldo, e isso não é demérito nenhum. E perdemos pro Vuaden, pra televisão, pros acordos milionários nas próximas fases. E quanto a isso o que podemos fazer é nos fechar e continuar brigando. Uma hora o ‘esquema’ cai, ainda mais em um campeonato de pontos corridos, onde estes interesses são menos efetivos pra decidir um título.

Se o Corinthians tem Ronaldo e a juizada, nós temos um time inteiro de homens, um comandante de primeira e uma legião de FANÁTICOS que nunca vai deixar a peteca cair e nem se curvar frente a quem quer que seja. Nós vamos, sim, buscar esse título brasileiro. Quem viver, verá!

Por fim: reforços? Mais um bom zagueiro, um meia de ligação do nível do Marcinho e outro atacante rápido. Isso basta, mas eu não sequer que isso seja indispensável.