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27 maio 2009 - 10h04

Ao Sr. Mafuz, as batatas

Direito de resposta

Até então leitor assíduo de suas colunas – o que nunca significou que sou pactuante de todas as suas ideias – em razão da terminante desistência de aquisição do periódico no qual redige, agora tenho nos meus “favoritos” o link que dá acesso direto a elas, o que faço regularmente.

Sem a pretensão jurídica que não cabe neste caso de pequena monta, posto que sua concretude é semelhante a dos palacianos arranha-céus do falecido Sérgio Naya, venho manifestar-me publicamente neste espaço, simplesmente pelo exercício de cidadania – na verdade um dever de todo Brasileiro – em função dos tão em voga ‘direitos de resposta’, em face de sua última e lamentável coluna “Apaixonados”, postada em 26/05/2009, naquele portal.

Então, sobre a “transformação de atleticanos em otários apaixonados”…

Os Atleticanos, meu caro operador do Direito, são muitíssimo anteriores ao técnico de futebol Geninho. Aqueles ulteriores a ele, hoje devem ter no máximo 8 anos de idade, ou seja, por mais que tenham esta virtude como aprendizado familiar educacional, social ou até mesmo por simples opção, ainda encontram-se “absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil”. Ser Atleticano (com maiúscula, nobre Advogado), é infinitamente muito mais do que delegar sentimentos a Geninho, poderes a Petraglia, ou mesmo fidalguia a Mallucelli.

Questão dimensional, deve ser tratada com muito cuidado e sobretudo respeito, para que, quando se publicar algo relativo a esta natureza, as interpretações extensivas não tomem o lugar do eventual sentido estrito que tenha lhe motivado a escrever tal conteúdo, com bastante prejuízo à sua forma utilizada. Fala em princípios, teorização que não se viu em sua práxis jornalística próxima passada.

Mesmo porque, observando nem tão atentamente a sucessão de suas linhas, percebe-se facilmente no conjunto a exteriorização de sua passionalidade, quando refere-se ao treinador ribeirão-pretano. Aduz desta forma o sr, para os bons entendedores que, hoje, posto sua temporalidade, clama de cuecas com as cobertas a meio pau pela volta do mandatário que outrora vossa excelência tenha colaborado, dentro dos seus limites (leia-se “formação de opinião”), para afastá-lo do Clube.

Falando nisto, não recordo de ter visto oposição sua àquele dirigente naquela época com tanta veemência quanto a manifestada no momento pelo atual coach. Estamos na 3ª rodada. Em 2008, foram necessárias 14 rodadas para se fazer o que se devia ter feito na 5ª ‘chance’ de Roberto Fernandes. Uma empresa que tivesse critério, daria no mínimo mais 11 créditos para Geninho, inobstante os números que separem a teimosia do bom senso, serem relativos para cada ser humano, diante de uma coletividade. Confesso que meu limiar é deveras impaciente, nem tanto cá muito mais lá.

Não cabe de maneira alguma a nós, Atleticanos, quantificar ou qualificar os feitos vitoriosos de Geninho ou de Mário Celso. Temos mais o que fazer. Estes são fatos pretéritos, que têm seu lugar guardado na moldura do tempo de cada um de nós, portanto cativo, e não há ocorrência, erro ou vicissitude a posteriori que macule as conquistas referidas, respectivamente um Brasileirão e uma Arena de 1º mundo. Todavia, há de se respeitá-los por isto, desvinculando os dias de hoje àquele tempo, por motivos de discernimento e racionalidade.

Mas quando coloca que seríamos então “transformados” naquilo, atribui-nos tamanha passividade, demonstrando o subjugo de nossa inteligência, como se não tivéssemos capacidade de formar opinião própria, deixando nosso raciocínio entregue ao léu dos comandantes da hora, irmãos-órfãos carentes que seduzidos são pelo poder patriarcal, ora carismático ora patrimonialista, enredados numa verdadeira ciranda de razões e emoções, a qual manipula e controla dirigidamente nosso pensamento no sentido de nos reduzir à cultuação daquele qualquer que se apresente a sofismar na tribuna rubro-negra.

Não temos conhecimento dos bastidores, muito menos dos bastidores das vilosidades cerebrais entremeadas na massa cinzenta da mente dos dirigentes, tão pouco acesso ao que acordam entre si, oficial ou tacitamente. Isto não possibilita-nos o fundamento, quiçá justificativa, muito menos especulações para apontar as causas que margeiam a verdade, que é uma só. Imaginamos, mas pelo bem da justiça, apenas comentemos, sem acusações. Nossas idéias sobre os acontecimentos, nunca chegará ao cerne desta verdade, por mais próximos que estejamos dela. O que dá vazão às elucubrações e principalmente às convicções, muitas vezes o veneno do próprio eloqüente, tão mais quando não é munido de provas, restando na deriva a disparar sobre o utopista.

Para seu governo, fica a sugestão de nunca mais referir-se a nós Atleticanos como OTÁRIOS, pois acaba de, do alto da arquibancada de sua cadeira na mídia, vergonhosamente mijar na cabeça de alguns de nós. Não por ter me ofendido – só nos sentimos ofendidos por quem a gente gosta, ensinou Ringo Star – mas sim por ter, em nome de sua instabilidade sentimental, literalmente por menosprezo xingado parte de um povo, que compõe um todo cidadão, o qual é justamente o objetivo de existência do Clube Atlético Paranaense, isto é, sua torcida, apaixonada sim.

Cabe, em prol da elegância da educação e do arrependimento, tanto aos imediatistas como aos maniqueístas, no mesmo espaço usado para tal impropério, uma devida RETRATAÇÃO para conosco. Nós, que não nos submetemos à guerra de egos daqueles que disputam os degraus do poder. Estes, os verdadeiros otários quando inventam a estorinha da “situação versus oposição” e extraordinariamente otários quando acreditam que são maiores que o Atlético.

Encerrando, sobre “paixão”: cada qual lida com a sua do jeito que bem lhe convier, meu caro colunista GPP. Se eu quiser dar mais chance a Geninho, manter MCP afastado do Departamento de Futebol do Atlético, ou dar mais crédito ao Mallucelli, no universo da minha concepção, eu dou. Se eu quiser fazer tudo ao contrário, quando EU achar por bem, o faço. Não preciso que um midiático qualquer me convença disto. Nem mesmo você, que não é qualquer um.

Mas a partir de hoje passou a ser mais um. Ou apenas um a mais.

Quem exagerou foi você e não o seu informante; pode você até pisar na bola, mas cuida para que não lhe chamem de OTÁRIO…pois você, provavelmente deva ter alguma paixão em sua vida, e não por isto deva ser considerado como tal. Também porque, o quê seria de nossas vidas se não fossem os mistérios que rondam as coisas do coração????

-“Mafuz: a tréplica é sua!”

p.s.: em vez de um novo xingamento (chacoalhar o órgão pós urinol), conte-nos mais sobre os bastidores de que tanto sabe, mas não com a superficialidade de um fofoqueiro, mas sim com a substancialidade de um informante que não exagere. Ah, antes de tudo:

-“Mafuz: não esqueça a minha Caloi!”



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