O dilema do arrependimento
Votei na Chapa de Marcos Malucelli. O voto é secreto, mas após o pleito a sua divulgação é legítima. Meu voto na chapa vencedora era a convicção de que essa apresentava mais porte, era mais encorpada que a chapa de oposição. O discurso pré-eleitoral era animador (‘menos investimentos em tijolos e mais em chuteiras’). Passadas as eleições, as primeiras atitudes da nova diretoria (inclusive o rompimento com MCP) me alegravam e me davam a noção de acerto na escolha. O encantamento tem se desvanecido dia após dia. Os discursos, antes animadores, se mostram sem a menos consistência na prática. O Sr. Marcos Malucelli diz uma coisa num dia e a ação do dia seguinte vai em trajetória oposta (lembram o que ele disse da hipótese da vinda do Rafael Miranda ? – ‘ Volantes já temos o suficiente’).
Ainda me reportando à época da campanha e da promessa de maior investimento em chuteiras, o Sr. MM não sabia já nesta ocasião da situação financeira difícil do clube? Como poderia prometer?
Como se não bastasse, as ações da nova diretoria são dignas de times varzeanos : DVD da ‘fuga do rebaixamento’?; homenagem ao ‘grande ZIQUITA’? (nada contra o ex-atleta, mas há gente muito mais representativa na história do clube). Ainda nessa linha amadorista, ontem o clube confirmou a contratação do ‘magnífico’ Rodrigo ‘Rengo’ Diaz (Rengo?).
Sei que talvez parte do que vivemos hoje seja herança de ações do passado, mas não adianta chorar pelo leite derramado. Ações são urgentemente necessárias. Diretoria atual, tirem dinheiro ou crédito sei lá eu de onde. A minha contribuição eu dou pagando duas mensalidades do plano de sócio. Ainda que falte o dinheiro, usem de criatividade, mas jamais caiam no marasmo, na morosidade das atitudes. Quanto tempo será necessário para uma contratação convincente ou para a definição de um diretor de futebol ? Tudo tem sido muito, muito lento no Atlético. Aliás, lento e modesto !
Por fim, tenho tentado pensar de forma positiva, mas diariamente reflito sobre o arrependimento ou não da minha escolha no pleito eleitoral do clube. É cedo, dirão alguns, mas a situação atual só acelera o fim do dilema.