O circo do milhão de palhaços
Meninos, meninas… hoje eu me sinto um verdadeiro palhaço! Meu pai e meu irmão também, aposto.
Vejamos: são cem paus das cadeiras. Uns duzentão de pay-per-view, contando aqui em casa e na casa deles. Cachorro quente, cerveja, estacionamento. Por mês dá o que? Cenzinho. Camisa nova toda vez que sai uma nova. Bandeira. Camisa ‘vintage’, meia, cueca, escovador de gato do Atlético. Na média, mais uns duzentão. ‘Minha nofa finhora!’, como diria o fanho, com a boca cheia de farinha. Minha família investe seiscentos paus por mês nessa nhaca desse time. Ou melhor, investe no grandioso Clube Atlético Paranaense, mas é obrigada a aguentar esse bando de ‘artistas’ que estão no picadeiro, ou no campo, e atrás das cortinas. E nós, todos nós, somos parte do espetáculo ridículo: somos um milhão de palhaços neste circo.
Galatto é um cagão! Pronto, falei, agora já foi. No fim acho que também é um palhaço, como nós. A diferença é que ele é daqueles que ajuda nos números. Ele pega bola na rede que é uma beleza também.
Olha, essa goleirada nossa precisa de um chacoalhão. Tem que partir pra tortura se for necessário. O que não dá é pra ver o goleiro esfriando um jogo 0 x 2, cagando de medo de levar o terceiro, lento, tropeçando na própria sombra na hora de sair do gol. Patético mesmo. Alguém liga esses meninos na tomada, porque com o Vinícius é a mesma merda!
E isso vale pra defesa também. Perdidos, dando cabeçada um no outro. Talvez um show de malabares atrapalhados. O pior foi ter que aguentar o locutor, goiano, se referindo ao meu Atlético, o Furacão que eu amo e que meu pai, meu irmão e mais um milhão de palhaços amam, como ‘uma presa fácil para o Goiás’. Minha nofa fiiiiinhora!!! Presa fácil do Goiás, com todo respeito ao time esmeraldino, empata com quem, rapaz?
O meio foi um show à parte. O Valencia estava ali, como sempre, meio olhando o disco voador passar e correndo atrás dele. Mas vá lá, que o negrão tem raça. Gosto do sujeito. Zé Antônio precisa passar umas semanas com o dente de leite nas escolinhas. Passe é fundamento, meu nêgo! Passe se aprende com oito anos de idade, meu companheiro! Fica em casa de noite treinando no quintal com a molecada, cacete!
E podia convidar o Marcinho pra participar desse ‘Globo da morte (da bola)’ também. Aí vocês maltratavam a redonda à vontade, pra que na hora do ‘espetáculo’ dessem pelo menos uma chance pra coitada. Ela não merece o tratamento que vocês a deram hoje, não em público. Cadê o ‘véio’ Paulo, meu amigo atleticano? Esse pelo menos passa.
Wallyson é o ‘soneca’. Não, na verdade esse é o professor. O Wallyson é atrapalhado, só. E o Alex jogou de meia-atacante-meio-atacante-atacante. Ou seja, não jogou de nada. E deixa o resto pra lá, porque fora o Wesley, nem vale a pena gastar meu latim. Meu ponto é: com essa trupe estamos ralados!
Na beira do campo, atrás da cortinas, Waldemar Soneca Lemos. Ele impregnou-se daquele ar de sabedoria futebolística e faz a linha do intelectual fidalgo. Quanta perda de tempo! Eu queria que fosse 0 x 5 no primeiro pra ver se mandavam o soneca embora já no intervalo, juro pra vocês! O time é o reflexo do sono do rapaz aí. Sai fora de mim, exú caveira!
E antes de terminar, um apelo: Claiton, enfia a mão na cara desses cabras e volta ‘sanguinolento’, pelo amor dos meus (futuros) filhinhos! Quem sabe a partir do retorno do número especial do ‘Predador’ e da triunfal chegada do Leão (sem domador) ao espetáculo, as coisas comecem a ficar mais divertidas e emocionantes… e menos deprimentes.
E piriri e pororó, criançada!
PS: dedico esta coluna ao Sr. Luiz Carlos Vianna e ao Sr. Eduardo Vianna, meu pai e irmão queridos, que sofrem vestindo esse nariz vermelho (e preto), como todos nós. Um beijo pra vocês!