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7 ago 2009 - 22h03

Relembrando II

Irmãos rubro-negros:

Adiante, também em homenagem ao autor do excelente texto ‘Bizarro’, o que escrevi em 05 de agosto de 2005 e que também foi publicado no ‘Fórum’ – está lá:

‘O Norte e o Oeste do Paraná merecem respeito.

O texto escrito pelo Leonardo Vianna (As forças do mal), no ‘Fala, Atleticano’, demais de retratar uma inegável realidade histórico-social do Norte de nosso Estado, que continua sendo província ou antes, fundo de quintal do Estado de São Paulo, possui, todavia, a inédita e nunca dantes declinada virtude de nos fazer refletir acerca desse sobredito fenômeno sob novel ótica, em que pese de há muito escancarada: essa “predileção” pelos nossos irmãos do Norte por todas as coisas que digam respeito ao vizinho Estado de São Paulo em detrimento das coisas que são nossas e, portanto, também deles próprios, não se deve unicamente a razões ligadas à colonização desse maravilhoso pedaço de chão paranaense – como se sabe, por laboriosos pioneiros paulistas e mineiros, principalmente-, mas também – e fundamentalmente -, pelo fato de que são eles, de maneira intencionalmente pré-concebida e orquestrada pelas “forças do mal”, completamente alheados de tudo que diga respeito ao seu próprio Estado. Não foram poucas as vezes em que, em meio a um jogo de extrema importância de nosso Furacão, meus filhos Leonardo, Eduardo e Deborah, que residem nessa maravilhosa Maringá, telefonaram-me para saber acerca do andamento da partida, posto que sequer notícias de plantão de rádio lhes eram dadas a respeito por parte das emissoras locais.

A inelutável verdade que se tem, portanto, é a de que, por razões marcadamente comerciais – pois a prosperidade de nosso Norte corporifica mercado consumidor de excelência em nosso país -, é extremamente desinteressante aos poderosos interesses econômico-empresariais de São Paulo permitir que coisas que são efetivamente nossas, como, por exemplo, os nossos clubes de futebol, sequer consigam obter, ao longo do tempo, uma pequena fatia desse mercado consumidor. Não é por acaso – percebam a “coincidência” -, que as três mais importantes cidades interioranas de nosso Estado (pólos centrais de região), ou sejam, Londrina, Maringá e Cascavel, presentemente, praticamente inexistem em termos futebolísticos. Como curitibano de nascimento que sou, desde criança, nos idos dos anos sessenta e setenta, aprendi a admirar e a respeitar os até então tradicionalíssimos Londrina Esporte Clube, o Grêmio Esportivo Maringá e o próprio Cascavel. Estranhamente, ao revés de crescerem e se fortalecerem, acompanhando o magnífico crescimento econômico dessas regiões, sobreditas equipes, a rigor, passaram a empreender trajeto na “contra-mão” dessa história, a ponto de perderem a própria identidade e se distanciarem significativamente dos sentimentos clubísticos até então existentes na alma de cada um dos habitantes dessas cidades. As novas gerações de nossos irmãos do Norte e do Oeste que, por lógica racional, deveriam hoje estar muito mais ligadas nas coisas que são efetivamente suas, estão delas cada vez mais distantes. Como bem observou o Leonardo Vianna – que, aliás, é meu primogênito -, a atitude da NET em não permitir a exposição do Furacão no Norte do Estado nem pelo pay-per-view, explica peremptoriamente todo esse fenômeno.

Extremamente difícil será lutar contra essa mórbida e indecente tendência enquanto “orquestrado fenômeno social”, até porque, como às escâncaras se vê, é o mesmo patrocinado pelo 4º Poder da República (monopólio da mídia nacional), talvez o mais efetivo dos poderes. O que jamais será possível aceitar e/ou admitir, todavia, é que esse mesmo Poder possa, impunemente, ao argumento de seus exclusivos interesses mercadológicos monopolistas, vender o seu produto a quem quer que seja mediante indução em erro do consumidor, inclusive, como foi o caso – consoante o relatado -, utilizando-se da ilícita e condenável prática da propaganda enganosa. Independentemente, pois, de “predileções subliminarmente pré-ordenadas”, a gente que habita os nossos maravilhosos e fecundos Norte e Oeste do Estado merecem mais respeito e consideração. Um povo trabalhador, próspero e inteligente não deve e nem pode se deixar conduzir no que diz com a sua própria capacidade de pensar, refletir e optar pelo que realmente quer, pois, do contrário, estará negando a si próprio o fundamental exercício da sua liberdade psíquica. Se se der a um cão faminto um prato de comida envenenado, ele vai comer todo o alimento e, consequentemente, morrer, pois o animal obedece a um instinto. Se, contudo, for oferecido esse mesmo prato a um ser-humano esfomeado, ele não o comerá; poderá até morrer ao depois de inanição, mas não por envenenamento. A diferença que existe entre esses dois seres vivos, é que somente o segundo deles exercita a “liberdade-psíquica”. A opção de eventualmente prestigiarem os clubes locais e a de também assistirem aos jogos do nosso Furacão (Clube Atlético dos Paranaenses), pois, em respeito a toda a gente de nosso interior, também lhes deve ser dada; se, contudo, preferirem eles assistir aos jogos do Kiarinthians, do Parmêra, do tricolor da Barra-Funda, do Internacional, do Grêmio de Porto Alegre ou do Flamengo, que também seja respeitada essa predileção. Sou assinante da NET há vários anos, mas, confesso, sejam quais forem as razões que ela eventualmente venha a alegar para haver procedido dessa maneira, antecipadamente não as aceito. Com a palavra, portanto, os nossos órgãos de defesa dos interesses do consumidor e das garantias constitucionais do exercício da liberdade e das atividades de livre concorrência.’



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