Concordo que é importante ter um rival à altura para crescer, mas não é preciso dividir o estádio com ele para isso. É só analisarmos as maiores rivalidades do mundo…

Barcelona e Real Madrid dividem estádio? Arsenal, Liverpool e Manchester? Palmeiras e Corinthians? Grêmio e Inter? Boca e River? Bayern e Munich 1860 não é uma grande rivalidade, apesar de compartilharem um estádio. Apenas em alguns casos como Milan e Inter, Cruzeiro e Galo, isso acontece, mas como sabemos, isso faz parte da cultura, da história desses times.

Há um tempo eu sonhava com um futebol paranaense forte, mas comecei a refletir: que futebol é esse? O que Coritiba e Paraná Clube fazem pra isso? Pelo menos nos últimos dez anos, futebol paranaense tem sido o ATLÉTICO. Nem quando os coxas foram campeões em 1985 conseguiram ser respeitados. E hoje o único time paranaense minimamente respeitado fora das fronteiras do Estado é o ATLÉTICO. Quem mora fora do Paraná, como eu, sabe disso. Não é papo de torcedor.

Na metade do século passado, Real Madrid e Atlético de Madrid, Barcelona e Espanyol, eram as maiores rivalidades da Espanha, mas dois destes clubes romperam fronteiras sem precisar de seus rivais locais e estabeleceram a maior rivalidade da Europa.

Se o ATLÉTICO quiser ser realmente grande, terá de fazer o mesmo. Romper as fronteiras e começar a brigar com aqueles que são verdadeiramente grandes nesse país, sem precisar de Coxa ou Paraná, pois estes pelo futebol deste Estado há muito tempo nada mais fazem.

Se ficarmos nos preocupando com estes clubes, a tendência é continuarmos com a mesma representatividade deles, pois é impossível crescer junto se não existe gente suficientemente competente do outro lado da rivalidade para nos acompanhar.

Admira-me o Petraglia, um homem de tanta visão, pensar dessa forma. O ATLÉTICO só será verdadeiramente grande quando parar de se preocupar com a grama do seu vizinho, pois esta já virou pasto há muito tempo!