Cuspiu no prato que comeu…
Arena Atletiba! Quando ouvi esta expressão pela primeira vez, anteontem, me senti apunhalado. Durante anos, ouvi da boca de um grupo de pessoas o mais requintado discurso de que a Arena do Atlético era o ponto de partida para um salto quântico na vida do Furacão. Diziam que com um estádio moderno, nos moldes dos mais aplaudidos projetos europeus, teríamos preparado o cenário perfeito para realizar o sonho de ser um dos maiores clubes das Américas.
Agora, o mesmo cidadão que construiu todo o discurso de tornar o Furacão uma referência em administração e qualidade no futebol do Brasil, surge com a idéia de dividir nossa maior conquista patrimonial justo com quem… Com a Coxarada!
Em outros tempos, já convivemos com a proibição de nossa própria bateria dentro do nosso próprio estádio, já ouvimos a idéia de que nossos ingressos deveriam ser os mais caros do país por que era preciso elitizar o acesso ao nosso futebol. Foi preciso lutar para restabelecer a ordem das coisas. Antes disso, houve um tempo em que este mesmo cidadão quis unir os três clubes de Curitiba porque, segundo ele, só assim seria possível competir em igualdade de condições com os times de Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Ora, o Atlético já mostrou que é grande, forte e que pode muito bem vencer todos estes adversários.
Depois de tanto tempo, ele volta a esse mesmo raciocínio. O que é esta idéia estapafúrdia agora? Uma tentativa de diminuir o que somos, de reverter o caminho que nossa paixão traçou e que lutamos para seguir incessantemente? Será que tudo isso é um jeito deste cidadão tentar dizer que grande é ele e não o Atlético? Ou isso tudo é um blefe e por trás desta proposta maluca há interesses que desconhecemos?
Não tenho estas respostas. Só sei que, se esta proposta for real, eu terei que acreditar que alguém está cuspindo no prato em que comeu.