Espécimes em extinção
Passada a euforia depois da belíssima jogada do Pimba, que colocou a bola na cabeça do Paulo Baier numa bola roubada do Jorge Wagner – esse é acostumado a deixar que lhe roubem bolas fatais como aquela do Cristian contra o Corinthians voltemos à nossa pacata aldeia.
Qual será a nossa meta além de escaparmos do rebaixamento, que, se conseguido, será um grande feito?
Nenhum de nós, atleticanos, desejaria visitar a Bacia das Almas onde os coxinhas têm doutorado e preparam-se para fazer o pós-doutorado.
O fator que tem impedido até agora de empurrar o coxa de vez para a segunda divisão tem sido Marcelinho Paraíba. Sou atleticano, mas antes disso sou amante do bom futebol. Esse jogador é um espetáculo, é uma maravilha vê-lo jogar, apesar das más companhias com quem ele anda em campo. Deve ser horrível para ele jogar no meio de tantos ‘perebas’.
Como atleticano eu gostaria que ele fizesse um belo contrato na Alemanha. Sei que ele está indeciso se vai ou não embora de Curitiba. Eu o aconselho a sair agora enquanto há esse relacionamento bom com a torcida que ainda o tem como ídolo. Não se esqueça, caro Marcelinho Paraíba, que a torcida coxa lhe deu uma sonora vaia no Couto Pereira e, de raiva, você retribuiu com um dos mais belos gols que já vi. Não demorará e a torcida, que é ingrata, repetirá a dose.
No Atlético, se conseguir manter o mesmo ritmo, e para isso ele deverá se cuidar muito, o Paulo Baier tem tudo para ser o nosso Marcelinho Paraíba. Os dois, meia-boca fisicamente, jogam mais que qualquer piá explodindo como potro novo solto no pasto cercado de éguas no cio.