Ao jovem Galatto
Olha, não sou ninguém para lhe dar conselhos ou sugestões, pois a minha profissão nunca foi a de goleiro.
Entretanto, como goalkeeper, e dos bem razoáveis – gostaram do goalkeeper? -, já joguei – e muito – minhas peladas nos meus já longínquos tempos de Exército e de faculdade; também o fiz mais recentemente por ocasião da realização de campeonatos de futebol dos quais minha Instituição participou.
Bem, não tenho a mais mínima pretensão de me igualar a você por óbvias razões, mas, permita-me dizer-lhe, principalmente como torcedor que o respeita como homem e como profissional e que, portanto, também torce pelo seu sucesso pessoal como ‘guardião maior’ do nosso sistema defensivo, que os fundamentos para os quais você deve mais atentar em termos de contínuo aprimoramento são os da saída do gol, da reposição da bola em jogo, da maior agilidade de movimentos corporais e do aguçamento da sua capacidade de se concentrar no jogo, todo o tempo, mesmo quando a bola estiver lá no meio-campo.
Outra: como você, eu também tenho mais de 1,90 m de altura, mas nunca joguei adiantado além do necessário, pensando que, com isso, diminuiria o tamanho do gol e o ângulo de chute para o adversário. Isso é um engano terrível no qual incorrem alguns goleiros altos. Eu sempre notei esse comportamento em você e, creia, não é prudente.
A sugestão que ora faço a você, a respeito, é a de que, de agora em diante, posicione-se ‘um passo atrás’, ou seja, cerca de 1 metro atrás da linha na qual você normalmente joga.
Depois deste texto, caso você queira me xingar ou coisa parecida, tem todo o direito de fazê-lo; todavia, já ficarei muito feliz se você ao menos refletir sobre estes meus ‘pitacos’, pois sou daqueles que têm o maior interesse em que você se dê bem.