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15 set 2009 - 14h26

Caravana Rolidei

Antes dela, dentro do tema ilusório das ficções, talvez coubesse melhor relembrar ”A Volta dos Mortos Vivos” (“Return of the Living Dead – Necropolis”, de Dan O’Bannon), um dos piores trashes da história da sétima arte.

[Remake? Sim, agora na versão tupiniquim, subsidiada pela Lei Rouanet. O pior é que todo mundo já viu esse filme, já decorou seu final. Há os que não agüentaram chegar no acender das luzes, saíram tropeçando diante da vergonha das coisas que acabam antes do fim.

E o primeiro ator a entrar em cena foi o Netinho. Duas semanas atrás, lá pelas 6 da tarde, estava eu na companhia de minha digníssima e de nossas filhotas, a degustar um coffee na Saint Germain da Visconde. Eis que entra uma considerável morena, acompanhada de um franzino tipo emo. Sentaram duas mesas ao lado. Olhei bem, pois achei que o conhecia: era ele, o pequeno filho do filho.

Até fiquei com pena do moço, quando lembrei que tinha gente querendo que ele fosse “marcador” na ala esquerda. Geno ou fenotipicamente, não dá. Inclusive, fica difícil pensar que o carinha era um amotinado da cúpula. Tá mais pra baterista do Fresno que outra coisa. Mas a morena dele, aiaiai-uiui… mandou bem o rapaz.

Ele não será o único ator deste thriller. Muita gente pediu e, provavelmente, na seqüência virá O ASTRO do roteiro da derrota, o jogador que queria ser ponta da seleção (de vôlei). Aquele que vem buscar jogo na meia, recebe a bola de costas, joga a bun** pra trás, abre os braços e põe o pé em cima da bola, até que o zagueiro dá um totó por baixo e ele perde a jogada, não sem cair no chão depois: cena marcada na memória de todo Atleticano. Aquele que manda a torcida bater palmas para uns. Chuta (quando consegue) pior que Jorginho pé-murcho. Olhar desconfiado. Nosso Macunaíma, o herói sem caráter. Ele, o cabeceador do fim do mundo. Logo logo, nas telas.

-“Ei, Julian! Onde está Zeke? Será que já deram o Trioxyn-5 pra ele? Putz, então vai voltar…”

Película velha, manjada, noir, remasterizada… nem em casa. Quem dirá na “telona”. Mas tem gente que gostha! Gostha dum passado morno, embolorado, mofado. É a turma da naftalina: uma no saco, outra na quina.]

Mas isto não é o principal problema. Problema maior é saber a quantas anda a relação profissional Paranista/Pato Velho. Se o primeiro mandou isolar, agora vem o superior e desmanda. No mínimo conflitante esta questão de hierarquia. O segundo começa a mudar demais as escalações, evitando um padrão para o time. Não dá para um cara jogar bem atuando só duas partidas. Cadê o Bruno Costa? Mexer demais desanda, qualquer equipe.

Mas por que não muda o tal de Marcinho? Esse sempre tá lá, mas nunca no filó! Já avisei aqui que Márcio Chucky Azevedo, Wally Gator e NeI Van Diesel precisam urgentemente de um tratamento psíquico. Levem eles para passear no Passeio, uma volta de Jardineira na cidade, um cineminha no Park Shopping Barigui, a feirinha matinal do domingo, um relax na Ko Tao, pode até ser uma apresentação do Teatro de Bonecos Dadá: Chucky iria adorar. Isso certamente os acalmaria.

Galatto precisa fazer terapia com Aché Music: SAI DO CHÃO, p****! Bola aérea é um sufoco pra nós, não pra ele. Cadê o Neto e o Santos? O rastafári Wesley, o dono da bola, não pode ficar lá atrás na direita. Cansa muito vir carregando desde lá sem passar pra ninguém, quando chega na frente da zaga já tá lambendo a grama. E Manoel precisa definir sua modalidade esportiva: ou é zagueiro ou é quarterback.

Mas o que está mais do que evidente é a pífia capacidade de FINALIZAÇÃO do elenco. Só o Paulo Rodiazol manja, o resto, parece que nem treina isso. É uma dificuldade chegar lá na frente, inda mais chutar na direção do gol. O que é que há? O que é que está se passando com essa CABEÇA, Lopes?

Enfim, alguém precisa vir a público e explicar aos consumidores estas medidas reintegradoras tomadas. O que merecia voltar não veio. Como pode o mal que nos afligia agora voltar a ser solução? Muito paradoxo pro meu gosto. Chega de se lamentar tipo Hardy Har-har, a hiena triste do desenho: venha e fale o necessário, se fugir um pouquinho, dá zebra.

Explique também por que motivos NÃO HÁ REPRESENTAÇÃO perante a corja da CBF: novo assalto e sem B.O.! Pênalti no Alex virou moda depois do Tcheco, mas tem que fazer sangrar a cara pro árbitro se convencer que não foi. Domingo deu falta do Alex: ele cabeceou o punho do goleiro! E a falta que ele levou na risca da área no final? E a não expulsão do beque sobre o Wallyson, pelo 2º amarelo que não deu? Passividade demais dá doença, meu… vai lá e faz alguma coisa!

Agora só vai ter árbitro carioca em jogo do Atlético. Como se os outros não fossem igualmente corrompíveis, tsts. Mas com sangue botafoguense ou fluminense nas veias, fica mais fácil nos prejudicar. E a CBF disse que neste fim de semana tudo correu muito bem com as arbitragens: simplesmente dá NOJO destes caras!

Não há como escrever uma coluna meia-boca quando se fala disso aí: voltas, omelete, necessidades, falta de representatividade. É mais do mesmo. Dá sono. E no final dá dó porque não querem evoluir. Preferem a tranqüilidade waldemaresca.

Aí vem o Holzmann e fala tanto que não diz nada. Chama todos os outros (invés de nomear os bois, avacalha tudo) de “gênios”, mas esquece que a lâmpada mágica esteve muito tempo nas mãos deles. “Cristian e Jorge Henrique escurrassados”? Nem tanto. Não jogaram p**** nenhuma aqui, tal qual Perdigão, Durval, Igor, Ticão, Evandro, Danilo, Edno, Gustavo, Rodrigão, Taílson, Douglas Maia, Kaio, Anderson Aquino, Dinei, Pedro Oldoni, Michel, Jairo, Fahel, Antônio Carlos, Zé Antônio, Júlio Cesar e tantos outros que tiveram TODAS as chances do mundo e nada produziram. Sem falar nos que estão aí ainda, no sossego. E se tem alguém achando que hoje alguns deles são craques, PAREM o mundo que eu quero descer. Mais fácil é contar quem não devia ter saído: Fabiano (LE), Michel Bastos, Fernandinho, Jádson, Paulo André, Rafael Santos. Fora quem precisou sair obviamente por causa da $.

A torcida do Atlético não é idiota: ninguém vai passar a mão na cabeça dos boleiros de empresários se não jogam b**** nenhuma aqui dentro. Periga muito esta generalização de “torcedores dirigentes, os gênios da bola, donos da verdade”: Edno, até onde lembro, era unanimidade! Ruim pra diabo. Se achar Edno ruim (e estes outros tantos que mencionei aí em cima) é ser crítico desonesto, então PAREM o mundo que eu quero subir.

Subir no bonde da modernidade, que eu tô jacu demais aqui fora pro gosto da elite. Quero estar na moda. Na moda da ilusão pelo discurso. Da dúvida pela não transparência. Da normalidade dos erros incessantes. Na moda da derrota e das mulheres de malandro. Da constante luta pra não cair de divisão. É a poção estóica da filosofia petraglista. Preciso beber dela, senão desmilinguir-me-ei. A ilusão será minha garantia de vida.

O problema desta diretoria, continuidade da anterior, é aquilo que Freud explica nos seus apontamentos sobre os “mecanismos de transferência”: tudo que dá errado ou que não convém não se assume, transferindo para outrem a “culpa”. Não reconhecem que nosso reclame é não mais do que em função do comportamento do time em campo, que conseqüentemente não traz resultados satisfatórios, pelo contrário. Reflexo ante a pasmaceira é somente indignação. Isto é torcer.

Nossas cores são vermelho e preto. Não temos como bandeira o multicolorido arco-íris da irmandade passiva. Vocês, diretores da eterna situação, teimam em nos rotular, destratar, nas mais variadas formas. Mas a gente entende: é tudo coisa do PODER. Não precisa dizer mais nada.

Guardadas as devidas proporções, agora sim, a Caravana:

-“Ei, Lorde Cigano! Nós não somos índios. Eu não sou sanfoneiro. Não queremos apito ou carona. Nem calça jeans ou espelhinhos, muito menos fazer amor com Salomé. Queremos TIME, só isso. E, logicamente, tudo aquilo que contribua para nos dar um TIME, competitivo, TIME DE VERDADE! Chega de ILUSÃO.”

PS: nós (torcedores) perdemos o medo da chuva. Faz muito tempo. Tem gente que finge que não sabe.

Arremate: trecho da música “Bye Bye Brasil”, de Chico Buarque de Hollanda & Roberto Menescal, tema do filme de mesmo nome, de Cacá Diegues, um dos melhores retratos do povo brasileiro transportados para as telas em seu lidar sobre a ILUSÃO: como e até que ponto alguns podem enganar tantos e por quanto tempo. Ficção por ficção, fico com a nossa, brasiliana. Porque a americana não tem nada a ver com a nossa cultura.

[…Baby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol, Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já tô quase bom
Em março vou pro Ceará
Com a benção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor…]

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