Não tem como entender aqueles que deixam escapar a vitória para adormecer no colo dos derrotados. Em Comunicação temos visto isso ocorrer o tempo todo. As pessoas deixam de ser elas mesmas e passam a falar apenas de assuntos que não dominam, deixam de lado o debate com os torcedores e se crivam de diálogos que são improdutivos, que não nos levarão a nada.

Vejo isso todos os dias. Na desvalorização do nosso Clube Atlético Paranaense como uma grande empresa, como um grande clube que tem como fim a promoção do futebol e a conquista de títulos. No abandono da Comunicação e dos elos de interatividade com o público como sendo a mola propulsora do crescimento. Não se enganem, a Comunicação é o futuro do Mundo. Não se comunica quem deixa de lado a Internet, quem não responde emails, quem não aposta na interatividade como caminho.

A tendência mundial posso provar facilmente. Uma pesquisa feita pelo jornal Folha de S. Paulo demonstra que os clubes brasileiros ainda estão engatinhando na Internet. E os que tem um Portal pronto e absurdamente planejado (com local exclusivo para transferência de jogadores, chat, fóruns, jogos interativos para adultos e crianças, rádio, televisão, plano de mídia, humor e entretenimento, blogs e opinião online dos visitantes) preferem guardar o projeto em alguma gaveta. No caso do Atlético Paranaense, não se tem meramente um projeto, se tem um trabalho pronto e com o design aprovado pela Diretoria de Comunicação ainda em 2008.

A pesquisa publicada no periódico brasileiro mostra que o Manchester United, por exemplo, já tem 20% do seu faturamento total com transações pela Internet, com produtos licenciados e a venda de ingressos. Dá para imaginar o que isso significa? Estão apostando na lucratividade com portais que fornecem de tudo para o usuário. Mais ou menos como o planejamento da Comunicação do ano passado que previa a revenda de ingressos de associados pela Internet e a venda de títulos de sócios para pessoas que queriam usufluir de algo diferenciado como uma revista eletrônica, um museu virtual, transmissões de jogos da base (tudo devidamente previsto no novo Portal desenvolvido no ano passado).

O clube inglês tem conseguido um tráfego diário de 1,7 milhão de visitantes únicos. No Brasil, todos os clubes juntos não chegam ao tráfego diário do Manchester. E por quê? É uma pergunta a ser feita, já que temos cerca de 100 milhões de torcedores e 31% deles garantidamente navegam pela Internet. E não adianta dizer que existe concorrência com outros sites de torcedores como o da Torcida Organizada Os Fanáticos (TOF), da Ultras, do Movimento Atlético Mais Futebol (MAMF), da Furacao.com ou de outros. O mesmo torcedor que navega em qualquer destes sites (ou em todos eles) irá navegar com vontade no Site Oficial se tiver certeza que será ouvido, que não será enganado, que será respondido…

No Brasil, o Corinthians que tem um site pobre em termos de conteúdo é o líder de navegabilidade pela Internet. Ele consegue um total de 290 mil visitantes, seguido do Palmeiras (220 mil), Internacional (160 mil), Flamengo (150 mil), Vasco (110 mil), Cruzeiro (93 mil), São Paulo (93 mil), Grêmio (90 mil) e Fluminense (63 mil).

O Atlético Paranaense tem apenas 39 mil usuários por dia. Quando lá estivemos, uma transmissão simples pela Internet de uma partida de futebol conseguia mais navegantes num mesmo momento do que durante todo o dia – atualmente. Chegamos a ter tantos internautas vendo uma mesma partida de futebol (final Atletiba, no Paranaense de 2008, na Arena, quando fomos vistos por mais de 80 mil visitantes únicos ao mesmo tempo) que o sistema não conseguiu suportar. Toda a parte de servidor, de navegabilidade, de Internet, teve que ser repensado para suprir uma demanda que existia: torcedores que queriam saber, que queriam ter informações, que queriam ser valorizados e prestigiados.

Ainda assim temos mais navegantes no site Oficial do que temos em outros. O Coritiba tem 32 mil internautas diários e o Paraná, 10 mil.

Podemos voltar a liderar, somar esforços para vender anúncios, para fazer de um Portal um canal de negócios, de Comunicação, de Interatividade, de paixão. Podemos ter tudo isso com apenas um gesto: a implementação do que está lá. Implementação que pode ser feita por Maria, por João, por Nelson, por Karam, por Fornéa, por Malucelli, por qualquer um. Basta o sim e a luta pela comercialização do mesmo. Temos que estar a frente, olhar para frente, pensar na frente, implementar projetos na frente dos outros. Ter como cenário um Manchester para seguir como exemplo pode ser um projeto audacioso, mas extremamente viável… projeto de quem quer e vai ser campeão… projeto de quem tem planejamento… projeto de quem tem projeto…

Quiçá, voltemos a liderar em todas as áreas do nosso Furacão!