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23 set 2009 - 22h42

No certo ou no duvidoso

Começo minha coluna com uma certeza que jamais saiu do meu pensamento e das conversas com amigos: o Clube Atlético Paranaense foi, é e está condenado a sempre ser um time inexpressivo e pequeno do futebol.

Já escrevi sobre esse tema há meses e recebi muitas críticas de outros amigos torcedores que tentaram das mais diferentes formas me convencer do contrário.

Como torcedor, peço àqueles que irão perder tempo lendo essa coluna que respeitem a minha opinião, pois fatos que relatarei aqui são já sacramentados e que corroboram com meu pensamento.

Quantos de você passa horas lendo todas as colunas que aqui são democraticamente postadas? Para esses eu pergunto: existem mais colunas criticando o clube ou o apoiando?

Quando uma grande parcela dos torcedores de um clube critica mais do que elogia é porque sabem que as coisas não andam de maneira clara e direita, pois é muito difícil iludir várias pessoas sobre o mesmo assunto por muito tempo.

A metodologia de trabalho que sempre norteou os caminhos do Atlético é essa que está aí. Uma metodologia equivocada, repleta de erros, burra e ditatorial.

Já foi falado aqui, mas vamos analisar as últimas atitudes tomadas pela diretoria do clube:

Enquanto nosso clube traz o ‘poderoso’ Brasão do Atlético-GO, da terceira divisão do futebol nacional, o Palmeiras, por exemplo, repatria Vágner Love, do CSKA-MOSCOU;

Enquanto nosso clube gasta dinheiro com contratações, em sua grande maioria, duvidosas e que só servem para onerar ainda mais um clube comprovadamente endividado, clubes como Flamengo trazem Adriano; clubes como Fluminense trazem Fred, e assim por diante.

Diga-se de passagem que esses dois citados clubes estão até mais endividados que o nosso, mas mesmo assim, conseguem trazer jogadores caros e certos.

Como isso é possível a esses clubes? Respondo: são os considerados grandes do nosso futebol. Sempre foram assim considerados por todos.

O que devemos esperar de um clube de futebol que sequer consegue arrematar mais torcedores em seu próprio Estado?

Apenas 1 título nacional em 85 anos de vida é o suficiente para transformar um clube em grande?

Ter Centro de Treinamento e Estádio de primeiro mundo servem então? Para aqueles que disseram sim, que serve, então o que devemos considerar quando falamos do Volta Redonda e do Grêmio Barueri que possuem também estádios modernos?

Não, amigos. Não é assim que funciona.

Um clube se torna grande quando pensa como grande, quando suas atitudes são ousadas, quando seus torcedores são tratados com dignidade e respeito, quando consegue conquistar torcedores e, acima de tudo, quando conquista repetidamente títulos nacionais e internacionais.

Os clubes grandes de futebol assim o são considerados porque no passado foram ousados, conquistaram títulos e ganharam a torcida de milhares de torcedores pelo Brasil. Os clubes grandes, mesmo não tendo condições, tentam montar equipes vencedoras apostando suas fichas nos ‘certos’ e não gastando dinheiro nos ‘duvidosos’. Avaliam o retorno financeiro que isso trará ao clube e, na maioria da vezes, conseguem seu objetivo.

Não se vangloriam por conquistar vice campeonatos e sim lamentam por não terem sido campeões.

Atraem para si patrocinadores fortes, pois estes sabem que o retorno e a visibilidade de suas marcas estará garantida. Patrocinador bom não perde tempo com times duvidosos.

As atitudes que sempre foram tomadas por todas as diretorias que passaram pelo clube nesses 85 anos de história sempre foram a de apostar no duvidoso.

Até concordo que em uma minoria esses jogadores duvidosos deram certo. Mas não é regra e sim exceção.

Gastar, às vezes até mais, em diversos jogadores inexpressivos do que gastaria em um único jogador de qualidade já comprovada.

A filosofia de servir de clube para pendurar chuteiras de jogadores veteranos fazendo com que eles forrem seus bolsos antes de se aposentar.

A de investir em ‘profissionais’ comprovadamente ignorantes e mal intencionados, que só servem para assaltar os cofres já vazios do clube.

Tomar atitudes ‘na calada da noite’ desrespeitando totalmente os já poucos torcedores que possuem.

São essas algumas das atitudes que me fazem ter a certeza de que, mesmo sendo sócio, meu clube jamais será grande.

E assim vou levando a vida. Sabendo sim o tamanho do clube que adotei por amor e sabendo sim que continuarei a sofrer com os descasos e maus tratos que a ele são dados diariamente.

Porque sou torcedor. E torcedor por amor.

Esperança que esse quadro algum dia mude tenho poucas. Quando finalmente tivemos uma chance de tentar decolar no cenário nacional (com o título de 2001), o que aconteceu? Retrocedemos a nossa pequinez novamente. Não ousamos, não montamos no cavalo quando ele passou encilhado. Perdemos a chance.

E outra chance como aquela é difícil de enxergar. As atitudes que são diariamente tomadas me fazem não acreditar em uma renovação.

Uns dirão que apontar os erros é fácil. O difícil é solucioná-los.

Acredito que apontar os erros nem é assim tão fácil quando se fala do time do coração. Pois torna-se doloroso. E apontar soluções não nos é permitido. As pessoas que assumiram o clube é que devem pensar em resolver as situações, pois na maioria dos casos até remunerados para isso são.

Mas uma coisa é certa: prefiro ser um torcedor que sofre todo ano pelo clube que ama do que ser um torcedor de ocasião.

Com a palavra aqueles que tem o poder de reverter essa situação.



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