O pior argumento é não ter argumentos. Não consigo ver os motivos que levam a atual diretoria atleticana a não investir desde o início das competições em jogadores de ponta, em profissionalização da base, em psicólogos, em motivadores, em busca de patrocínios, em comunicação com a torcida.

E que não me venham com os velhos discursos de que não temos dinheiro em caixa. Discurso que outrora aceitávamos porque víamos investimentos em outras áreas sendo realizados. Vimos a Arena se transformar no gigantesco complexo de futebol que é hoje, mas sonhávamos em tê-la como eventos, como um shopping diário para compra dos mais diferentes produtos, como um espaço multiuso. Fracasso administrativo, dos nossos dirigentes…

Vimos ainda o Centro de Treinamento ser construído e ter em suas entranhas profissionais de gabarito. Todos demitidos. Há quase dois anos não temos profissionais que possam ajudar na estabilização psicológica de nossos meninos que, de um momento para o outro, precisam ser homens e enfrentar leões na Baixada.

Pensamos que faríamos caixa com a venda de jogadores. Não fizemos. Os jogadores foram transferidos ano após ano e o Clube foi se enfraquecendo na mesma proporção. Resultado? Patrocínios pífios, dinheiro com baixa entrada.

Imaginamos que a corrida pela compra de cadeiras movimentaria a diretoria em torno de fazer os sonhos da torcida serem concretizados. Imaginamos.

Sonhos que não vieram, que não prosperaram. Andaram na contramão e emprestaram os que jamais poderiam ser emprestados. Trouxeram os emprestáveis e tiveram que devolver alguns deles, com menos de dois meses de contratação.

Erros e erros. Erros e erros.

E quando perguntamos o porquê do aumento das mensalidades, se não tivemos benefícios, não há resposta. O vazio ainda ecoa em meus emails. O vazio grita no nada da voz dos dirigentes – que se omitem de falar…

… mas fazem todos o joguete da imprensa. Imprensinha medíocre, que retira para dar em troca elogios. Tenho nojo dessa imprensa!…

E passam a idéia do Clube derrotista e acabo. Por isso, não se pode contratar, nem esperar, nem acreditar nada melhor do que outra Sulamericana. Quem aguenta conseguir vaga e morrer na praia ano após ano? Quem aguenta ficar na zona do Agrião ano após ano?
Sim, tínhamos uma dívida de R$ 18 milhões no ano passado. Dívida equacionada com apenas um bom empréstimo. Mas ela não foi. Ela cresce dia a dia e as perspectivas são lamentáveis. Já imaginou se o Flamengo não contratasse? Sabe qual a dívida do rubro-negro carioca? Eu respondo: R$ 333,3 milhões. E o Atlético Mineiro? O Galo mineiro tem dívidas que ultrapassam a casa dos R$ 283,3 milhões.

E não paramos por aí. Se formos pegar o Corinthians, que investiu o que não tinha em Ronaldo, vamos verificar que sua dívida chega a R$ 255,1 milhões. E os outros todos devem cifras que são impensáveis para nós, atleticanos: Palmeiras, R$ 197,2 milhões; Internacional, R$ 176,9 milhões; Santos, R$ 175,5 milhões; Grêmio, R$ 154,6 milhões; São Paulo, R$ 148,3 milhões; Cruzeiro, R$ 131,5 milhões.
Ninguém quer um clube endividado. Eu não quero. Mas imaginar que administrar futebol é como fazer advocacia é dançar a Dança da Chuva de terno e gravata entre os índios. Pensar que fazer futebol é como vender carro é o mesmo que rebolar ao lado de Gretcheen sem nem saber qual será o próximo momento de rebolado. Concluir que o financeiro de um clube é como o estelionato dos acusados no passado é fazer reboliço no cabaré.

Não se faz futebol sem ousadia!
Não se tem ousadia sem sabedoria!

Que nossos craques do passado se levantem e façam do nosso presente a esperança de um futuro de conquistas!