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26 out 2009 - 13h58

Frases, fatos e realidade

Tentar escrever alguma coisa de maneira coerente e sem cometer algum tipo de injustiça após uma derrota é algo difícil.

Minha intenção na coluna de hoje não é uma caça às bruxas generalizada e nem tentar desestabilizar de alguma maneira – como se fosse mesmo capaz de fazer isso acontecer – o ambiente do Clube Atlético Paranaense.

Como mero torcedor, tenho direito de falar o que bem entender pois não tenho remuneração e não vivo das finanças do clube. Ou seja, não tenho que agradar nem desagradar ninguém, até mesmo porque o que escrevo são opiniões pessoais que dificilmente alguém conseguirá me convencer do contrário.

Abro o site oficial do CAP hoje, após a derrota no clássico, e vejo as seguintes FRASES:

Do Chico: ‘Futebol não tem justiça’.

Do Treinador: ‘O empate seria mais justo’.

De Nei: ‘Não vamos nos abalar’.

Pincei apenas essas frases para tentar elucidar um pouco as coisas para aqueles torcedores que ou não viram o jogo ou são sistemáticamente afetados pelo que sai na imprensa.

Chico realmente está coberto de razão. Futebol não tem justiça. Se tivesse, teríamos perdido de mais. Se fosse para ser justo, o placar poderia muito bem ter sido 3, 4 de diferença.

A maneira COVARDE e completamente DESDENHA com que o Clube Atlético Paranaense se apresentou para o que supostamente deveria ser o maior jogo realizado no ano – por tudo o que envolvia – pelos jogadores se portou é digno de VERGONHA POR SE DIZEREM PROFISSIONAIS.

Perdemos sim, Chico. Mas isso não é o pior que poderia ter nos acontecido. Vocês jogadores, diretoria e comissão técnica conseguiram se superar me fazendo sentir VERGONHA da COVARDIA nacionalmente assistida.

Perder é do jogo. Perder um clássico dói, mas é perfeitamente aceitável.

O que não entendo e não consigo acreditar ainda é na maneira vergonhosa e covarde com que essa derrota foi construída.

O time adversário dominou do começo ao fim. Foi um massacre. Pressão total, dezenas de jogadas aéreas, divididas e roubadas de bola, enfim, venceram de maneira total e absoluta.

Antes que venham me ofender e me chamar de ‘corneteiro’, quero esclarecer que essa tática de entrar em campo somente para se defender nunca foi do meu agrado e sempre critiquei essa postura de jogo que se mostra, na grande maioria das vezes COVARDE.

Claro que dependendo da situação e do adversário torna-se até que eficaz, mas raramente.

Agora, entrar em campo com um único e exclusivo objetivo durante todo o jogo, diante do maior rival, em um jogo importantíssimo que, na maior das hipóteses, tem um time igual ao nossso é BURRICE, COVARDIA e SEM-VERGONHICE.

O FATO é que não conseguimos vencer o rival de maneira convincente há muito, mas muito tempo. E digo isso até quando conseguimos vencê-los.

Podem analisar as partidas: quando vencemos foi de uma jogada totalmente errada, de bolas espirradas, com as calças na mão…

Não consigo me recordar de um clássico que foi vencido por nós que pude dizer: ‘Esse foi um jogo lindo que dominamos amplamente em todos os aspectos e que demonstra a superioridade do nosso time’.

Os FATOS falam por si. Vejam que antes era difícil ganhar deles lá e agora, como se não bastasse, até em nosso campo não conseguimos e somos constantemente envergonhados.

A REALIDADE é simples: enquanto nosso treinador fala aos quatro cantos que o clássico é apenas um jogo normal, enquanto nossos jogadores levam essa normalidade e esse desdém para dentro de campo, enquanto nosso diretoria brinca de administrar egos dentro do CT eles, ou para eles o clássico é o auge da rivalidade. Brigam e correm como nunca. Se doam de corpo e alma. Honram a camisa que vestem. Conseguimos ver o sangue nos olhos e a vontade de ganhar do maior rival. Resumindo: levam em consideração a emoção da sua torcida e fazem de tudo para fazê-la vibrar.

Talvez alguns dirão que era o jogo da vida deles ontem e que por isso estavam com mais vontade. Não é verdade. Acompanhei diversos ATLETIBAS e sempre pude constatar a mesma vontade e garra demostradas ontem.

Como bem já escreveu outro colega torcedor, o Clube Atlético Paranaense AMARELA quando enfrenta o Coritiba. Essa é a realidade. Não tem nada haver com a situação vivida por um ou outro no momento do jogo. É atitude! Eles sempre tiveram mais vontade de nos vencer do que nós de vencer-mos eles.

Nossa única jogada em todo o jogo foi a do segundo gol. A única. Então pergunto: por que não agredir mais o adversário? Por que fazer um jogo feio e burro se podíamos ter jogado com dignidade e perdido com vergonha na cara?

Para exemplificar o que estou tentando dizer posso citar duas jogadas de ontem.

A expulsão BURRA, INFANTIL, CRETINA, IDIOTA e COMPLETAMENTE DESNECESSÁRIA do jogador Alex Sandro.

Por favor, tentem me explicar o que ele quis fazer! Não consigo enxergar qual era o tipo de jogada que ele estava tentando realizar ao chutar o corpo do adversário. Essa atitude, para mim, é passível de expulsão do Clube, não somente da partida.

A falta que originou o terceiro gol coxa.

Por que cargas dágua Marcinho vai me pegar o pé de apoio do lateral coxa a menos de um metro da área sabendo que Paulo Baier já estava na cobertura?

Medo. É isso. Os jogadores do Clube Atlético Paranaense ontem especificamente estavam com medo dos adversários.

Esse sentimento fica ainda mais evidente quando vemos os 10 jogadores dentro da pequena área tentando defender o gol que saiu de um jogador inteligente diante de um grupo de imbecis que deixaram livre de marcação na frente do gol um jogador com possibilidade real de finalização.

Isso exemplifica o tipo de treinamento que é diariamente realizado no CT do Caju.

Eles certamente não ganharão nada nesse ano de Centenário.

Mas sinceramente, será que nós temos motivos para dizer que conseguimos atrapalhar o centenário deles ou a realidade é que eles perderam mais por erros próprios do que por méritos nossos?



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