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27 out 2009 - 15h39

Arena única, torcida única!

Ver estes episódios de depredação ao patrimônio público, de brigas entre torcidas, ameaças, cântigos de guerra sempre nos entristecem. Como ex-dirigente de futebol e apaixonada pelo esporte, não consigo me calar diante de tanta marginalidade, de tanto vandalismo, de tanta falta de amor ao Clube.

Muitos apontam os clubes como os responsáveis pelas brigas dentro e fora dos estádios. Mas fico me perguntando: como controlar fora dos estádios, se a responsabilidade de prevenção é da Polícia Militar (PM). A responsabilidade dos clubes pode ser assumir para si a punição administrativa daqueles que forem pegos cometendo atos de vandalismo ou de guerra. O Atlético Paranaense, por exemplo, com seu quadro associativo de 22,5 mil torcedores, poderia colocar para fora da Arena todo aquele que infringisse a lei municipal, estadual ou federal. Sem questionamentos. É pego, é punido! Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP) estadual daria conta da responsabilidade do clube. Seja ele qual for…

As torcidas organizadas devem ser punidas? Elas devem ser extintas por que um ou outro integrante cometeu ato de vandalismo? Para as torcidas deveríamos criar regras parecidas. Seus associados que fossem identificados em atos de vandalismo deveriam ser – imediatamente – expulsos do seio da torcida. Seja ela do comando Norte, Oeste ou Leste. As torcidas não nasceram para abrigar marginais. Elas nasceram e servem para enfeitar os estádios, para dar alegria às Arenas, para musicar nossas tardes festivas e incentivar os jogadores a demonstrarem a garra que precisam ter para conquistar pontos, para vencer dentro de campo.

E não nos adianta falar que teremos que andar de mãos dadas com o Coritiba? Não irá ocorrer. A rivalidade de dentro de campo é transferida para dentro dos escritórios, para as escolas, para os bairros, para as ruas. Há, sim, que se propagar o espírito da democracia – naquela em que vivemos e que pregamos que cada um tem seu direito de ir e vir. Que direito de ir e vir teve o menino João Viana, brutalmente assassinado quando terminava de ver o Atletiba no Pra Já – tradicional ponto de encontro de todos os torcedores rubro-negros?!? Ele, pobre, foi tolhido de todos os seus direitos!… Mas será que apenas a multa vai acabar com a guerra? Não, ela não acabará. Mas inibirá, isso com certeza.

Outro importante passo a ser tomado é a aprovação nacional de uma lei que garanta o direito dos clubes de ter torcida única. Se o clube tem um estádio, se o estádio é particular e se o governo não ajuda a pagar as contas, por que quer repartir os prejuízos com a torcida adversária? Não. Não queremos torcida adversária. A Baixada, nossa Arena tão sonhada e tão bendita, pode ser somente nossa. Somente dos atleticanos! Para que cortar 30% dela nos jogos para torcedores que podem acompanhar seus jogos num telão, no estádio de sua preferência? Ou ainda podem assistir pagando o pacote televisivo – que nem é tão caro assim…

Ah, sonho em ver a Arena completa e repleta de torcedores atleticanos. Todos sócios, contribuindo e ajudando o time dentro e fora do estádio. Dando palpites, sugestões, apresentando idéias e sendo – verdadeiramente – dono do que é nosso: o Atlético dos Paranaenses.

Sei bem que irão me criticar. Hoje mesmo li uma matéria de Jair Cirino dos Santos, presidente do Coritiba, dizendo que a torcida única não resolve. Mas o que resolve? Se cada qual fizer um pouco, em breve teremos menos motivos para questionar e mais motivos para vibrar pelo nosso time!

Que cada qual pense numa forma, numa manifestação pela paz via Orkut (como alguns já iniciaram a fazer), numa campanha política em prol de mudanças no futebol para o bem dos torcedores – e não dos dirigentes!

Vamos todos fazer parte da mudança que se espera!



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