Indignação com a morte de torcedor
Enquanto preparava mais um texto aqui para o espaço, surge a notícia do falecimento do torcedor rubro-negro João Henrique Mendes Xavier Vianna, atropelado por mais um maluco do volante após o Atletiba.
Mudo o foco, pois este absurdo clama por uma intervenção rigorosa das autoridades, iniciando pelo Ministério Público, que não deve mais permanecer inerte.
Não se pode convir e deixar no esquecimento tratando esta barbárie como um fato isolado ou fenômeno esporádico.
Deixo a ponderação e o comedimento habitual de lado (neste momento tenho a convicção que falo mais como cidadão do que como atleticano ou operador do direito que sou), pois não dá para suportar mais esta coisa covarde de grupelhos fantasiados de torcedores saírem provocando, humilhando, agredindo, destruindo e escarnecendo as pessoas nos lugares públicos.
Isto não se compara ao que os integrantes dos tais comandos (gangues em verdade) aprontam nos terminais ou nas ruas. É muito pior!
Crime culposo – sem a intenção – alguém consegue acreditar nisto?
Um veículo cheio de torcedores com a camisa de um clube atropelar casualmente outros torcedores com fardamento rival?
Aqui pouco importa a simpatia futebolística do autor da selvageria ou da vítima desta.
Uma atrocidade cometida contra um jovem de 21 anos, em pleno vigor da juventude, de excelente família e com futuro promissor tem de receber tratamento na causa e no efeito.
Li a coluna do Sérgio Surugi, ‘Os culpados’ e realmente já passou da hora de uma ação enérgica das autoridades. Quem não leu, recomendo, está na margem direita do site.
João Henrique, ao que consta, era sobrinho do Mestre Ivan Xavier Vianna (de berço atleticano), meu professor de direito civil na PUC e que, para quem não sabe, quando magistrado em cidade do interior, deixou a toga na cadeira e foi às ruas impedir um linchamento que a turba preparava contra um um rapaz.
Espero muito mais do que apenas justiça neste caso.
Que esta atrocidade não fique sem uma punição exemplar. E que não atinja apenas o causador imediato do evento.
Basta! O momento é agora.