A justiça é para todos
Quero deixar aqui uma pergunta: se estivesse eu parado em um sinal de trânsito em nossa capital e, ao abrir o sinal, antes mesmo que os pedestres terminassem de atravessar a rua, eu arrancasse meu carro contra estas pessoas e quitasse a vida de uma delas, como seria eu julgado pela justiça? Poderia eu me defender com a desculpa de que fui ofendido com palavras de baixo calão? Ou poderia eu alegar legítima defesa estando totalmente a salvo dentro de um veículo e os pedestres sem chance alguma de defesa de suas próprias vidas?
Sinceramente, os meios de comunicação desta cidade estão desvirtuando o contexto deste ato criminoso, pois o que aconteceu não tem nada a ver com a área desportiva e muito menos envolve as instituições de futebol pelas quais os envolvidos são simpatizantes, o que em minha opinião foi apenas uma coincidência.
Este foi um crime de trânsito cometido por um motorista embriagado (conforme afirmação divulgada em imagens de televisão por um dos próprios policiais que estavam presentes na cena do crime) e deve ser julgado como tal!
Quanto à mobilização pela paz entre torcidas, acho esta ideia fantástica e penso ainda que tal mobilização deveria contar até mesmo com a participação de representantes das torcidas organizadas, pois é preciso entender que o mesmo amor que temos pelo nosso clube é o que sentem nossos adversários pelos seus, e estas pessoas merecem o mesmo tratamento de carinho e respeito que daríamos a um amigo ou familiar. Ninguém se transforma em um inimigo mortal somente por estar usando uma camisa do time adversário, até mesmo porque, na prática (e tenho certeza que isto acontece com muitos de nós), lá na torcida adversária também há muitos amigos e até mesmo familiares, e não por isto deixam de ser as pessoas que queremos tão bem.
Dedico esta mensagem a todas as pessoas queridas que fazem parte de minha vida, obviamente incluindo aquelas que torcem para o Coritiba e Paraná Clube, e em especial àa memória do jovem João Henrique Mendes Xavier Vianna.