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28 out 2009 - 23h34

Atletiba e suas consequências

Quando um torcedor usa a provocação para brincar e não para ofender, isso é válido, mas quando a provocação é usada para ferir, matar ou deixar alguém em estado de coma, isso passa dos limites da civilidade para a selvageria.

O fato do atropelamento do torcedor rubro-negro provocado por um torcedor coxa nos leva a reflexão que a vida para algumas pessoas não vale nada.

Pelo que soube através da nossa prestimosa e competente imprensa local, o rapaz tinha falecido ontem. Hoje já vem um comunicado do hospital dando como não procedente esta informação alardeada por nossa impressa.

Infelizmente a situação do rapaz é delicada e de alto risco de morte, e tudo isso motivado por sentimentos absurdos de rivalidade não sadia, ou melhor, de rivalidade doentia, segundo nossa prestimosa imprensa local.

Quando um torcedor tem uma rivalidade sadia, as consequências são no máximo uma sonora gargalhada pela brincadeira que não ofende ou denigre a imagem de ninguém, não os deixa fisicamente impossibilitados, mas tem gente que não sabe o significado de rivalidade e acaba extrapolando os limites e colocando o seu oponente como sendo seu inimigo.

As consequências foram a do último domingo após um Atletiba. Não vou julgar o condutor do veículo pelo fato dele ser coxa e a vítima atleticana, como divulgou a imprensa. Não acredito que um ser humano que tenha, no mínimo, amor à vida possa fazer isso. Mas não devo também desconsiderar pelos relatos de que o mesmo estava alcoolizado e dirigindo neste estado (fato relatado por autoridades oficiais).

Todos sabem que direção e bebida não combinam, como se fala nas propagandas educativas de trânsito. E infelizmente este condutor aprendeu da pior forma esta lição.

No próximo mês teremos a passeata da paz com a mobilização das três torcidas da capital para que a violência nos estádio tenha um fim e que a cordialidade de anos atrás volte a reinar nos estádios.

Independe do motivo, se do atropelamento, das bombas, das brigas generalizadas após os jogos. Não importa de fato o motivo singular para a passeata. O que importa é que todos este motivos são a razão para alguns tardias para outros apropriadas para o momento.

Só que temos todos aprender uma coisa com o fato ocorrido e amplamente divulgado pela imprensa:

Que rivalidade não significa que seu oponente seja seu inimigo e sim significa um sentimento que leva a igualar ou a superar alguém, ou melhor, a concorrência de pessoas que pretendem a mesma coisa. Neste caso, ver o seu clube de coração superar o seu concorrente.

Portanto, rivalidade não significa atrocidades, sandices, selvageria, vandalismo e desvalorização da vida ou banalização da vida.

Que este Atletiba seja o último neste aspecto e que a rivalidade somente fique dentro dos parâmetros da competição, concorrência e competência para superar o seu concorrente dentro do campo.

Paz nos campos de futebol. Pois futebol é a alegria do povo.



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