Não joguem nossa história no lixo
Qual o maior jogador da história do Clube Atlético Paranaense? Os mais antigos, anteriores à década de 1960, tinham completa identidade com as nossas cores. Vivia-se a época do amadorismo, que acabou, substituída pelos interesses mercantilistas da contemporaneidade. Quem foi o maior, então?
Por mais que queira relativizar as minhas impressões, por mais que persiga um equilíbrio que não atingirei jamais, não consigo enxergar, em nenhum outro momento da nossa existência, jogador mais importante do que Alex Mineiro. E não preciso dizer por quê. Pois o Alex está aí, de volta. Mais velho e vindo de duas ou três contusões, se arrasta em campo, em busca dos gols que o abandonaram temporariamente. É o que basta para que o imediatismo dominante na crônica esportiva e em parte da torcida dê por encerrada a carreira do ídolo. Discordo. O Alex encara um momento difícil, nada mais. Como negar-lhe a compreensão que lhe devemos, respeitosamente?
Deixem o Alex jogar. O matador não desaprendeu o ofício. Somente os insensíveis, os frios e calculistas seriam capazes de chegar a essa absurda conclusão. Alex é ídolo num mundo carregado de objetividade, de fórmulas, de simplificações. Alex é uma raridade que precisamos defender e preservar, porque ele faz parte da nossa história.
Ave, Alex.