Idolatria e Alex Mineiro
Concorda-se em termos com a última e muito bem escrita coluna de Juarez.
Claro que se torna inegável a importância e condição de ídolo; entretanto, acredito que as críticas sejam válidas. Devemos sim gratidão a ele, porém a eterna gratidão não pode servir de escora ou justificativa de sua atual condição.
Quero dizer que o seu desejo legítimo de encerrar a carreira no Atlético não lhe dá o direito de onerar o clube desta forma atual e nessas circunstâncias, na medida em que o mesmo clube que ele muito ajudou já lhe proporcionou projeção profissional e ganhos financeiros.
Pergunta-se, entretanto, a culpa maior seria dele ou de quem lhe contratou nessas condições?
A passagem apagada pelo Grêmio não seria mais do que indício suficiente para não realizar tamanho investimento?
E quando recusou a permanência no Furacão após recuperar-se da lesão?
Talvez tenha sido essa a lógica da diretoria para trazê-lo, uma vez que tal medida contaria com apoio quase incondicional da torcida. Vamos trazer o ídolo, mas como alguém da crônica manifestou-se outrora, ficou o craque no passado…
Podemos sim guardar nossos ídolos e demonstrar respeito, mas a visão realista, mercantilista e não romântica do futebol permite referida contrapartida por parte dos atletas profissionais? Reduziriam eles os salários por amor ao clube? Talvez, raríssimas exceções…
O caso de Alberto também acredito ser diferenciado. Veio numa condição clara de encerramento de carreira, não sei quanto custa ao clube, mas acredito que seus ganhos sejam bem mais módicos do que os do Alex. Só por esse fator se justifica a diferença.
Acredito que tenha sido mal utilizado. Não poderia ter vindo para ocupar a titularidade da lateral, eis que sua principal virtude, velocidade aliada a habilidade, teria ficado prejudicada pelo decurso do tempo…
Deveria, sim, ficar como opção de banco, seja na lateral ou mesmo na meia para aquelas entradas estratégicas durante o jogo. Isso para preservar o time e a si próprio.
Os reais motivos do seu e de outros afastamentos permanecem ocultos, apenas no campo da especulação!