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5 nov 2009 - 13h32

Caros atleticanos

Neste ano de 2009, exerci e ainda exerço a função de Presidente da Câmara de Ética e Disciplina do CAP, uma função nova dentro do CAP e, ressalte-se, dentro do próprio futebol. Um desafio que em um primeiro momento foi tachado por bloguistas mal intencionados como órgão de censura do Clube. Nada disso, os tempos de censura acabaram, o CAP nunca foi tão democrático como nos dias de hoje e isso ninguém pode negar.

Naturalmente, nós torcedores somos imediatistas, impacientes, somos todos grandes técnicos, excelentes gestores. Mas isso quando é para dar palpite, reclamar. Se for para ajudar, contribuir, aí não temos tempo, não temos dinheiro, não temos possibilidade. Enfim, isso vai da consciência de cada um.

Mas o motivo desta minha nova visita a este espaço (aliás, o espaço virtual não oficial mais atleticano do mundo, o qual só merece elogios), se deve exatamente à tecla que reiteradamente bato:

“Estamos fazendo tudo que podemos pelo nosso CAP?”

“Você apostou na Timemania esta semana?”

“Já mostrou que o CAP é o teu time do coração?”

Então, quando faço estas indagações aos amigos mais próximos, logo escuto as exaltadas respostas:

“O time não merece!”

“Está jogando mal!”

“Não dá retorno!”

“Ficamos só lutando para não cair”

Em uma reação confusa de desânimo e compreensão(*) digo a eles exatamente o que vou dizer abaixo.

É verdade que todos nós atleticanos mereceríamos uma posição melhor na tabela, torcemos, pagamos nossa mensalidade, vamos à Arena, etc. É inegável também que neste ano estamos melhores que o ano passado e eu não tenho dúvida que vamos nos classificar para a Sul-Americana e ficar na frente dos coxas (que se muito vão ficar na zona do agrião) e ainda com um projeto definido para o próximo ano, um grupo estruturado, um bom técnico desde o início da temporada, renovações concluídas e com atletas vindos da categoria de base não mais com a inexperiência que demonstraram esse ano.

Mas ainda assim eu insisto, e para exemplificar, vamos tomar por base o Fluminense, um time “praticamente” rebaixado, um campeonato inteiro na zona do rebaixamento. Mas está lá, seu torcedor contribuindo e garantindo sua permanência no maior bolo da Timemania. No concurso 88 da Timemania, sorteado no dia 31/10/09, ficou em 7° com 35.982 apostas. E assim existem outros clubes que poderíamos afirmar menos merecedores do apoio de seus torcedores. Vejam o Vasco, 9° lugar com 31.544 apostas; o Botafogo, 11° lugar com 28.086 apostas; o Fortaleza, prestes a cair para a terceira divisão do brasileiro em 14° lugar com 16.794 apostas; o Coritiba, em pleno fracassado ano do centenário, sem nenhum título ou lembrança para ficar na sua história, 16° lugar com 16.480 apostas; e atrás de todos esses estamos nós, em 17° lugar, se cairmos três posições estamos praticamente fora do bolo.

Então eu vos digo, meus senhores, que não merecemos ficar disputando vaga com Ceará (19° colocado), Juventude (20° colocado) e Avaí (21° colocado). Ora! Dos times mencionados, nenhum está dando o retorno esperado, mas seus torcedores estão lá, conscientes de sua importância cumprindo com o seu papel de apostar no clube do coração.

Será que são mais apaixonados que nós? Será a partir desses dados fazemos jus ao desrespeitoso tratamento de “time pequeno”, de torcida inexpressiva? Será que fazemos por merecer o tratamento dado pela vergonhosa imprensa paranaense?

Meus caros amigos de alegrias e tristezas, me parece que sim! Estamos apáticos, fazendo por merecer essa rotulagem, porque mostramos que nossa paixão não é digna de comparação com as torcidas de São Paulo, Rio, Minas e Gaúcha. provavelmente estamos no nível dos catarinas, por enquanto, porque pelas estatísticas, logo eles devem nos passar.

Que fique o desabafo. Obrigado e saudações a todos da família rubro-negra.

Rafael Fabricio de Melo
Presidente do CED do CAP.
rafael.melo@atleticopr.com.br

(*) Desanimo por ver que as coisas nessa nossa sociedade só ocorrem se houver retorno, se houver alguma contrapartida. Neste momento me pergunto: “Como ele faria se estivesse na diretoria do CAP, onde por vezes preciso sair dos afazeres do meu escritório para ir até a sede do Clube fazer reuniões e criar projetos, sem ganhar nada, sem ter nenhum retorno, ao contrário, prejuízo profissional e familiar, mas faço por amor, por acreditar em um futuro.” E compreensão por saber a reação comparável ao crime passional é reflexo de uma paixão e que bom que ele também nutre esse sentimento pelo CAP.



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