Tragédia anunciada
Como o próprio título deste artigo diz, a tragédia era anunciada. Corria aos quatro ventos que a torcida do Coritiba invadiria o campo, e iria agredir os próprios jogadores.
Não obstante, ao meu ver a tragédia estava anunciada há muitos anos. Quando a diretoria do Coritiba permitiu que a torcida deles ficasse ‘em cima’ da nossa em um Atletiba no Couto Pereira, e tudo acabou em depredação e sangue; Quando a polícia permite a entrada de marginais com bombas caseiras (alguns desses atleticanos); Quando a grande maioria destas bombas são lançadas em direção a nossa torcida; Quando descarregam extintores em nossa direção; Quando as diretorias são coniventes com as movimentações de ambas as torcidas na divisa. Enfim, esta é uma tragédia que tem prosperado ao longo dos anos.
Creio que este tipo de conduta deve ser severamente punida para se dar o exemplo. O caso das torcidas se ameaçando nas divisórias é emblemático. Assim que tiver a oportunidade, como conselheiro do Clube Atlético Paranaense, irei sugerir à diretoria o banimento da Arena de qualquer torcedor flagrado nas divisas de torcidas que realize aglomerações, e incite a violência. Pouco importa se não lançou algo na torcida adversária. O simples fato de se dirigir à divisória, denota no mínimo, a irresponsabilidade desta estirpe de torcedor.
Com efeito, costumo levar crianças ao estádio e, uma delas, não quer mais freqüentar os jogos em função das bombas lançadas. Ficou amedrontada. Penso seriamente, que estamos na direção errada, uma vez que é salutar o interesse de mulheres e crianças pelo espetáculo. Ao revés, mais interessante ainda é o banimento de marginais.
Como cidadão paranaense lastimo a queda do Clube adversário à segunda divisão. É ruim para o Estado em todos os aspectos: econômico, cultural e futebolístico. Agora estamos mais fracos no que diz respeito à representação dos interesses dos Clubes paranaenses ante os poderosos paulistas, cariocas e mineiros.
A rivalidade entre Atlético e Coritiba deve se limitar aos jogos do campeonato paranaense e brasileiro. Fora de campo, deviam andar se unir para atrair investimentos, e tentar fazer de ambos dois clubes grandes, que briguem numa final de taça Libertadores.
Penso que ambas as diretorias deveriam unir esforços em eventos em dia de jogo, para demonstrar os laços que nos unem, e que devemos viver civicamente. Esse é o caminho. Como em toda comunidade, conheço coxas-brancas insuportáveis e outros de extremo caráter e bom senso. Não podemos nivelar as coisas por baixo.